Pernambuco

Eleições 2020

Patrícia Domingos promete mais creches e corte de 20% dos trabalhadores da prefeitura

Candidata também reafirmou foco no combate à corrupção e retirada do Recife do Consórcio Metropolitano de Transportes

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Patrícia Domingos é carioca e vive no Recife há 10 anos, trabalhando como delegada da Polícia Civil, a maior parte do tempo vinculada à Decasp; - Divulgação

A candidata a prefeita do Recife Patrícia Domingos (PODE) foi a segunda entrevistada da série de sabatinas com prefeituráveis realizada pelo programa Opinião Pernambuco, da TV Universitária (canal 11). O programa vai ao ar às 19h30 e, no dia seguinte, a entrevista é veiculada na Rádio Universitária 99,9 FM e disponibilizado no canal da TVU Recife no Youtube. Domingos é carioca, tem 37 anos e vive na capital pernambucana há 10 anos, trabalhando como delegada da Polícia Civil, a maior parte do tempo vinculada à extinta Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp). Na entrevista conduzida por Stella Maris Saldanha a candidata promete cortar o número de trabalhadores da prefeitura e diz que foco será na transparência e combate à corrupção.

Patrícia Domingos é candidata pelo Podemos (antigo PTN), partido de direita, que no Recife está coligado com o Cidadania, partido liderado no estado pelo deputado Daniel Coelho. Ela se coloca como centro-direita e, perguntada sobre o histórico de vitórias da centro-esquerda nas eleições do Recife (a cidade teve 12 anos de PT e está há 8 anos com o PSB), Domingos diz que “no contato com as pessoas sinto uma vontade de mudança, independente da ideologia em que a pessoa se enquadre”. Patrícia completa que “as pesquisas nos mostram que apenas uma parcela menor, mais politizada, se identifica como esquerda, direita ou centro”. Ela se considera a única candidata capaz de vencer João Campos (PSB) num eventual 2º turno.

A candidata foi questionada sobre suas postagens em redes sociais se referindo ao Recife e à população recifense de maneira pejorativa, como “Recífilis”, “nunca vi tanta gente feia reunida, estaria eu num parque dos horrores?” e ainda “a maioria das pessoas só está viva porque é ilegal atirar nelas”. As frases estão em publicações do perfil pessoal de Patrícia Domingos no Facebook, entre janeiro e agosto de 2011, nos primeiros anos de trabalho na capital pernambucana. Ela respondeu que pior seria chamar de “Hellcife”, porque supostamente estaria comparando a cidade com o inferno. Como de praxe, disse que a população está mais preocupada em falar dos problemas da cidade.

Assista a entrevista na íntegra:

Domingos propôs reduzir em 20% o número de trabalhadores comissionados da Prefeitura, um corte de 850 pessoas, mas não mencionou substituí-los por trabalhadores concursados. A ideia dela é também reduzir o número de secretarias. Um exemplo é a proposta de criar uma “secretaria de Economia Criativa, Desenvolvimento Econômico, Cultura, Esporte e Lazer”. E garantiu que haverá circuitos culturais mensalmente, garantindo atividades para além das grandes festas. Ela garantiu que seguirá existindo uma Secretaria da Mulher. Ela também propôs criar um órgão para fiscalizar a própria Prefeitura, além da já existente Procuradoria Municipal. O nome do novo órgão seria Decasp, em homenagem à delegacia em que trabalhou e que lhe deu projeção política.

Ela também direcionou o discurso para o eleitorado feminino. “Estamos numa cidade que não respeita a mulher, que não tem creches em 32 dos 94 bairros e que não tem políticas públicas voltadas para as mulheres”, disparou. “As mulheres não podem deixar de trabalhar e estudar por não terem onde deixar seus filhos com segurança”, completa. Ela também relaciona a pauta com as violências sofridas pelas mulheres. “Muitas seguem com seus maridos agressores por serem economicamente dependentes, já que não têm condições de trabalhar para proverem seu sustento”, pontua.

Outra promessa foi retirar o Recife do Consórcio de transporte metropolitano Grande Recife. Ela acredita que com a municipalização do transporte o Recife teria melhores condições de exigir das empresas mais qualidade no serviço, mas não mencionou como ficaria o transporte entre municípios, já que o sistema atual tem ligação com quase todos os 10 municípios da Região Metropolitana.

Edição: Vanessa Gonzaga