Pernambuco

Eleições 2020

Cláudia Ribeiro quer mais imposto nos ricos e zerar água, luz e IPTU para os pobres

Candidata do PSTU promete reduzir salários de vereadores e prefeito; e consultar a população para definir prioridades

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Cláudia é educadora da rede pública municipal e atua no Sindicato dos Professores do Recife (Simpere) - Divulgação PSTU

Na terceira entrevista da série com os candidatos a prefeito do Recife, o Opinião Pernambuco recebeu a candidata Cláudia Ribeiro (PSTU). Sabatinada pela jornalista Stella Maris, Ribeiro fala em acabar cargos comissionados – transformando em vagas para concursados – e prometeu gerar empregos através de obras públicas, tudo com ampla participação social através de assembleias populares. Ela afirma ainda que aumentando os impostos sobre os mais ricos, pode garantir água, luz, IPTU e transporte gratuito para os mais pobres. Cláudia é educadora da rede pública municipal e atua no Sindicato dos professores do Recife (Simpere).

Cláudia Ribeiro se apresenta como uma candidatura socialista, “que visa socializar a riqueza produzida pela maioria da população, pelos trabalhadores, essa população que está pagando por uma crise econômica que não foi ela quem promoveu”. Ela também considera que os demais partidos da esquerda não se dispõem a romper com a espinha dorsal do atual sistema econômico capitalista. Para a educadora, cada voto no PSTU é um voto de ruptura com o atual sistema.

Assista à entrevista na íntegra:

No plano de governo da candidata há a proposta de isentar os desempregados de pagar energia, água, IPTU e transporte. Questionada se a Prefeitura teria condições de arcar com tais custos, Ribeiro foi taxativa: “a Prefeitura já paga, ao conceder isenção fiscal para grandes empresários, mas chegou a hora de eles pagarem”. A candidata também prometeu “cortar na própria carne”, já que se comprometeu a reduzir salários de prefeito e vice, além dos salários dos vereadores. Ela destaca que há secretarias importantes do município que têm orçamento inferior ao de projetos de vereadores.

Cláudia propõe que o município tenha uma “Lei de Responsabilidade Social”, se comprometendo a destinar grande parcela de recursos para “garantir à maior parte da população uma vida digna”, com moradia, alimentação, saúde, educação e saneamento de qualidade. Ela criticou que a Prefeitura do Recife investe na saúde, por dia, menos de R$ 2,00 por habitante. E apontou que a cada R$ 1,00 a mais que se investe nos cuidados preventivos, economiza-se R$ 4,00 da saúde. Parte das tomadas de decisão envolveriam Conselhos Populares, que realizariam com alguma frequência assembleias populares nos bairros e locais de trabalho para debater demandas prioritárias para aquele grupo social. “Os representantes eleitos não deveriam decidir tudo sozinhos por quatro anos. Somos nós que sabemos as nossas necessidades”, diz a candidata.

Ribeiro afirma que nenhuma das promessas é ilusória. “Nós, classe trabalhadora, temos totais condições de governar o Recife”, avalia. E explica. “A maior parte dos recursos da Prefeitura vem dos impostos do comércio e serviços, coisas que todos nós pagamos, não são os impostos sobre os ricos. Então se nós sustentamos a cidade, precisamos também ter o controle da administração da cidade”, diz a educadora. Em contraponto, Cláudia Ribeiro diz que os demais candidatos prometem muitas coisas na agenda de educação, saúde, moradia, mas que não cumprirão porque seguem, segundo ela, comprometidos com as regras atuais do sistema econômico capitalista. Ela também criticou os candidatos Patrícia Domingos (PODE), Alberto Feitosa (PSC), Carlos Andrade Lima (PSL), colocando-os como aliados de Bolsonaro e que têm planos de privatizar e transformar em serviços pagos, algo que hoje é direito e público.

Edição: Vanessa Gonzaga