O quarto candidato a prefeito do Recife entrevistado do programa Opinião Pernambuco foi Alberto Feitosa (PSC). Feitosa é coronel da Polícia Militar, tem 57 anos e está em seu 4º mandato como deputado estadual. Ele já foi superintendente do Aeroporto do Recife e secretário estadual de Turismo, ambos os cargos durante os governos de Eduardo Campos (PSB). Sabatinado por Valdir Oliveira, o candidato falou de armamento, militarização das escolas e maior participação de comunidades religiosas na política municipal. O programa Opinião Pernambuco vai ao ar diariamente na TV Universitária Recife (canal 11), às 19h30.
O candidato Alberto Feitosa decidiu usar, para a campanha à Prefeitura, sua patente de coronel da Polícia Militar. Ele é claro em sua posição favorável ao armamento dos Guardas Municipais. “Tenho a consciência de quem já usou farda, calçou coturno, portou arma curta, arma longa, fuzil, de quem já comandou companhia independente que combateu narcotraficantes e ladrões de carga no interior. Se necessário for pegar em armas para a defesa própria e da sociedade, é para fazer”, afirmou. Ele promete que em um ano de gestão sua, o Recife será a capital mais segura da região Nordeste.
Perguntado sobre seu alinhamento com Jair Bolsonaro, figura que ele tem usado bastante em suas peças de campanha, e se concorda com as declarações do presidente da república de que “a PM tem que matar mais”, Feitosa reforçou que se alinha ao presidente, mas não concorda com tudo e nem falaria coisas que Bolsonaro fala. “Minha afinidade com Bolsonaro é mais que política e ideológica. É de quem fez carreira militar e teve coragem de enfrentar todos em defesa dos militares. Mas não é por eu ter afinidade com ele que eu penso igual em tudo, eu tenho minha forma de pensar e falar”, pontuou.
Ele também foi perguntado se a educação seria o melhor caminho para prevenir a criminalidade, respondendo que “a gente não pode ser utópico”. “Assisto todos os dias telejornais, escuto rádio e mesmo onde tem a melhor educação do mundo, existe a necessidade de ter forças policiais para pegar em armas em defesa da população”, avaliou. E também propôs a militarização da educação pública. “As escolas cívico-militares são uma solução, especialmente em comunidades com histórico de conflitos. Elas ensinam ao aluno a forma de se uniformizar corretamente, ter asseio próprio e respeito pelo professor”, opinou.
O candidato saiu em defesa de educadores que sofreram ameaças de estudantes, mas em seguida acusou educadores de “erotizarem crianças”. “É isso que a gente quer para a educação? Um professor que tenha a liberdade de erotizar uma criança de 4 ou 5 anos de idade?”, provocou. “Eu estudei em escola militar, fui professor do Colégio da Polícia Militar e vi muitos alunos saírem brilhantes, muitos foram para o ITA, se tornaram engenheiros, são evangélicos, católicos, advogados”, completou. Alberto Feitosa disse ainda que é melhor colocar estudantes para cantar o hino nacional do que cantar “raps que fazem apologia à droga, sexo e outras coisas”.
Assista a íntegra da entrevista:
O candidato destacou ainda que seu vice, o pastor evangélico Wellington Carneiro (PATRI), argumentando que “nos governos de PT e PSB o vice sempre foi comunista ou socialista, mas agora os cristãos terão vez e voz na Prefeitura do Recife”. Ele também prometeu colocar instituições religiosas para gerir as políticas públicas de assistência social na cidade. E prometeu investir em tecnologia nos serviços de saúde. “É inadmissível ter que acordar às 4h, ficar numa fila de um posto de saúde para conseguir um atendimento para meses depois e, no dia de ser atendido, o médico faltar”, reclamou. “Precisamos fazer uma parceria com o Porto Digital, permitir a consulta através do celular, prontuários eletrônicos, ter todas as informações sobre onde os exames e atendimentos serão feitos”, garantiu.
Ele também fez promessas de melhoria da mobilidade no Recife, prometendo reivindicar responsabilidade das obras de navegabilidade – hoje sob gestão do Governo do Estado – e que estão paradas há anos. “Não interessa a questão da maré baixa ou alta. Para a engenharia e a arquitetura, não existe limite, existe planejamento. As obras pararam por suspeita de corrupção na etapa da paquimetria (medição da profundidade do rio) e agora as quatro balsas estão guardadas”, apontou. “Sou o candidato que tem mais experiência no Executivo. Já entreguei outras obras que estavam paradas e quero assumir essa obra, assim como as pontes, vias, pontilhões, escadarias, ciclovias e outras obras paradas”, disse Alberto Feitosa, mencionando também que é responsável pela obra de modernização do Aeroporto do Recife. Ele ainda prometeu obras na malha de trens e vias que conectam a outras cidades. “Precisamos pedir ajuda do Governo Federal para a ampliação do metrô e melhorar o acesso à cidade, porque para qualquer lado que vamos o trânsito está estrangulado”, disse.
Edição: Vanessa Gonzaga