Os autoproclamados países “desenvolvidos” exploram nações inteiras
A concentração da produção de conhecimento em poucos países é uma ferramenta crucial para a manutenção das assimetrias entre as nações, ao passo em que o investimento massivo em ciência em todos os países figura como o caminho que conduz os povos à real condição de independência.
Desta forma, o direcionamento de parcelas bem definidas do PIB de cada país é um investimento necessário para seu desenvolvimento em médio e longo prazo. Uma ação conjunta das nações nesta direção conduziria a educação a um lugar de destaque em todo o planeta e permitiria com que grandes centros de pesquisa brotassem nas diversas localidades. Esta é a receita simples e direta. E porque isto não acontece?
A resposta passa por uma rede de nações dominadas e dominadoras, que vem sendo alimentada historicamente por políticas de globalização que aprofundam a desigualdade, ao estabelecer a expansão do capitalismo como parte de um processo de exploração de recursos naturais e de mão obra barata em uma escala ainda não experimentada pela humanidade. Para manter a hegemonia tecnológica, os autoproclamados países “desenvolvidos” exploram nações inteiras que se submetem a atuar como campos de exploração de petróleo, centros produtores de alimentos e de confecções, entre outros.
Enquanto que para alguns países este processo de subserviência requer a força bruta, como no Oriente Médio, em outros o neoliberalismo surge como ferramenta ideológica que torna o processo bem mais simples. A mínima intervenção do Estado descaracteriza o conceito de nação viabilizando com que os dominadores tenham a liberdade de entrar e sair, destruir leis trabalhistas, explorar e escravizar. O neoliberalismo é aquele que não apenas faz o povo arrancar o pau brasil, mas também trabalhar em uma enorme grande fábrica têxtil que pinta as camisetas e as envia a preço de custo para o exterior. Evidente que o pagamento dos funcionários desta fábrica vem sob forma de camisetas produzidas por eles...
E neste ponto fica clara a inconveniência para os poderosos de uma ciência globalizada. Com o pensar crítico, os dominados poderiam questionar suas posições e exigir sua verdadeira independência. Manter o nível de alienação requer menos horas de leitura, menos universidades, menos textos, mais memes. O único alento é de que apesar de tudo isso, as Universidades ainda sobrevivem. Seus pulsos ainda pulsam. É momento de resistir.
Edição: Vanessa Gonzaga