Avaliar tendências é algo fundamental para o sucesso no combate a Covid-19
Nem bem voltamos a ter de volta o jornal impresso distribuído nas ruas e já estou novamente tocando no tema da pandemia de Covid-19. E não é por menos, afinal ela continua presente em nossas realidades, a gente queira ou não. E se não aprendermos com erros passados, corremos risco de cometer os mesmos erros outra vez. E erros deste porte, em saúde pública, podem representar mais sofrimento e mortes evitáveis.
O mundo inteiro já fala sobre a segunda onda de Covid-19, especialmente na Europa, sobre a qual tratei há 2 semanas aqui neste espaço. De novidade apenas a confirmação da tendência. E agora, mais do que aumento no número de casos, estamos falando de um aumento consolidado dos internamentos hospitalares e das mortes pelo novo Coronavírus.
No Brasil, ainda é um pouco cedo para falar nesta 2ª onda por aqui. Seja porque ainda precisamos de mais dados, seja porque sequer saímos do que chamamos de 1ª onda. Independente do nome que se queira dar, o fato é que há indícios concretos de que enfrentaremos dificuldades maiores nas próximas semanas.
Avaliar tendências é algo fundamental para o sucesso no combate a Covid-19, com a adoção de medidas mais duras ou não, a depender do que nos mostrarem os números. Em Pernambuco, apesar de informações que têm aparecido na mídia sobre uma maior ocupação de leitos hospitalares, ainda é cedo para falarmos de uma tendência consolidada de crescimento de casos, internamentos ou mortes.
Analisando os dados disponibilizados pela Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado é possível observar que ainda não falamos em superlotação de leitos hospitalares, com uma taxa de ocupação que oscilou, nos últimos dias, entre 65% e 70% de ocupação. Entretanto, há um outro índice que merece nossa atenção. É a média móvel de novos casos no estado, que apresentou um crescimento de 88% em relação aos números registrados há 2 semanas. A média móvel é um indicador calculado com a média de casos novos, ou de mortes, dos últimos 7 dias, e tem sido muito utilizado para visualizar tendências para as próximas semanas.
Sendo assim, gente, não é demais reforçar que o momento é de atenção e de redobrar os cuidados. Sem desespero ou alarmismo, mas dando a real dimensão deste grave problema do qual ainda estamos longe de estar livres. A pandemia ainda não acabou. Vamos nos cuidar e cuidar dos nossos!
Edição: Vanessa Gonzaga