Pernambuco

CORONAVAC

"Início do fim": profissionais de saúde começam a ser vacinados em Pernambuco

Luta pela vacinação geral e continuidade das medidas de prevenção são abordadas por profissional vacinada no Recife

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Renata foi uma das primeiras profissionais vacinadas no estado de Pernambuco - Arquivo Pessoal

Nesta terça (19), os primeiros profissionais de saúde do estado de Pernambuco deram início à vacinação contra a covid-19 com a 170 mil doses destinadas ao estado. Na fase 1, serão vacinados os idosos acima de 60 anos que vivem instituição de longa permanência para idosos e os profissionais destes locais, pessoas a partir de 18 com deficiência que residem em Residências Inclusivas e os profissionais de saúde que lidam diretamente com os casos suspeitos e confirmados de covid-19. 

Esse é o caso de Renata Lopes, assistente social que atua desde abril de 2020 em duas frentes, no ambulatório da Policlínica Agamenon Magalhães e também na Emergência, atendendo diretamente as pessoas e famílias com casos suspeitos e confirmados. Ela conta que no momento de início da vacinação, o sentimento era de esperança: "Eu fiquei sabendo que a gente ia começar a ser imunizado, mas só acreditei quando recebi a aplicação da vacina. Uma colega enfermeira que estava na fila esperando para receber a vacina falou que ‘isso é o início do fim’. Então quando ela falou isso veio uma onda de esperança e de responsabilidade porque quando ela fala é ‘início do fim’ é porque a gente ainda precisa estar se protegendo”, ressalta.

Desde o início da pandemia, em todo o estado, foram 24.927 casos confirmados entre trabalhadores da saúde do setor público e privado, de acordo com os dados fornecidos pelo Governo do Estado. A vacinação destes profissionais e dos grupos considerados de risco pode frear a letalidade da doença e diminuir a sobrecarga da rede de saúde. Para Renata, a vacinação desses grupos é essencial “A gente ainda precisa imunizar o resto da população idosa para impactar mais e isso ainda vai ser uma luta, porque nós recebemos as doses para esse público, mas ainda há uma segunda fase e em meio a isso há vários processo políticos. A participação popular também precisa se envolver nisso,  para chegar à vacinação nas outras fases” pontua.

Outro fator chave diretamente relacionado à produção e distribuição das vacinas é o Sistema Único de Saúde (SUS), já que a Coronavac foi desenvolvida e testada em parceria com o Instituto Butantan e a vacina da Astrazeneca também contou com a parceria da Fundação Oswaldo Cruz, ambos centros de pesquisa públicos. Em Pernambuco, as vacinas saíram do Recife em direção aos 179 municípios pernambucanos e o Arquipélago de Fernando de Noronha a partir de uma articulação com as Gerências Regionais de Saúde (GERES), e só então os municípios iniciaram seu cronograma de aplicações.

Renata pontua que é uma vitória para saúde pública que a vacinação seja realizada a partir da rede de saúde pública “Eu fico muito feliz também por ser uma profissional do SUS, de estar recebendo essa vacina pelo SUS. Porque a gente viu algumas notícias do avanço do mercado, querendo comercializar. E pra mim também é uma vitória essa vacina está sendo realizada pelo SUS e de forma estratégica”.

Agora, a assistente social aguarda a segunda dose da vacina, para que a eficácia seja completa. Enquanto isso, ela reforça a necessidade de manutenção dos cuidados básicos contra a covid-19 “Não porque começou a vacinar que vamos voltar com toda a liberdade de ir e vir, de estar com outras pessoas e não se isolar. Isso ainda continua, mas com um horizonte de esperança de que essa vacina possa realmente beneficiar a população em geral”, conclui.

Edição: Monyse Ravena