O Sindicato dos Bancários de Pernambuco, dezenas de trabalhadores do Banco do Brasil e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) distribuíram cerca de 300 cestas de alimentos vindos dos assentamentos da reforma agrária, em ato de protesto contra reestruturação do Banco do Brasil, na manhã desta quarta-feira (10). A atividade foi parte da programação do Dia Nacional de Paralisação dos funcionários do Banco do Brasil, aprovado em assembleia pelos bancários, em que foram fechadas agências em todo estado.
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Com o mote "Sem o Banco do Brasil faltará comida na sua mesa", o ato aconteceu na Praça do Diário, no centro do Recife, e teve objetivo de chamar a atenção da sociedade contra o plano de reestruturação proposto pelo Governo Federal, que pode demitir 5 mil funcionários em plena pandemia. Além de fechar 112 agências, 242 postos de atendimento e sete escritórios, colocando em risco direitos e renda de seus funcionários como o fim da gratificação dos caixas executivos.
Os alimentos doados foram produzidos pela agricultura familiar, que recebe financiamento pelo Banco do Brasil e é responsável por 70% da comida que chega à mesa da população. Para a presidenta do Sindicato dos Bancários Suzineide Rodrigues, o dia é histórico sobretudo porque conseguiu denunciar as consequências que o desmonte de um banco público como o BB pode causar. "Tem um lema que é 'Se o campo não planta, a cidade não janta'. E se não tem Banco do Brasil não tem financiamento da agricultura, vai faltar comida para todos, tanto no campo, como na cidade. Hoje é um momento importante para dizer não a privatização do Banco do Brasil! Vamos fazer uma defesa intransigente da nossa soberania. Se o Banco do Brasil fechar vai faltar comida na sua mesa", denuncia.
José Adilson, funcionário do Banco do Brasil, ressalta que não é uma luta apenas pelos postos de empregos que serão afetados. "É essencial que a população esteja envolvida nessa luta. Não estamos aqui somente pelos nossos empregos, estamos querendo ressaltar a importância do Banco do Brasil para todas as pessoas. Temos diversas pessoas por vários motivos que são rejeitadas pelo sistema financeiro e pelos demais bancos. No Banco do Brasil e na Caixa Econômica essas mesmas pessoas são tratadas como cidadãs. porque ele é público, ele é nosso", defende.
Reestruturação
Em Pernambuco, a previsão é de fechamento de oito unidades, sendo duas delas agências na Av. Norte, em Recife e no Monte Guararapes em Jaboatão dos Guararapes e seis Postos de Atendimento em Rio Formoso, Sanharó, Buenos Aires, Porto de Galinhas, Lagoa do Carro e Coronel Amorim. Outras 16 agências do Estado serão transformadas em Posto de Atendimento (PA), são elas: Marim dos Caetés, Heliópolis, Princesa do Agreste, Camocim de São Félix, Panelas, São João, São Joaquim do Monte, Agamenon Magalhães, Encruzilhada, Itapetim, Alagoinha, Águas Belas, Bom Conselho, Capoeiras, Flores, São José do Egito.
Edição: Vanessa Gonzaga