Em setembro de 1943, nasce José Luiz da Cunha, filho de uma família das camadas populares na periferia do Recife. Estudou na Escola Estadual de Beberibe, onde começou suas atividades de militância no movimento estudantil e filiou-se ao Partido Comunista (PCB).
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Foi para a Rússia – então União Soviética (URSS) – estudar teoria marxista e retornou a um Brasil já sob ditadura militar, em 1964. Já reconhecido como líder estudantil, era procurado pelos militares no Recife. Foi viver no Rio de Janeiro.
Realizou também um treinamento de guerrilha em Cuba, anos após a vitória revolucionária na ilha caribenha. No Brasil, se juntou a Carlos Marighella nas fileiras da Ação Libertadora Nacional (ALN), movimento de luta armada na resistência à ditadura.
Era conhecido entre os camaradas como Comandante Crioulo, por ser a principal liderança negra da ALN. No movimento, contribuiu também com o debate sobre teoria da organização.
Em 13 julho de 1973, quando o Comandante tinha ainda 29 anos, sofreu uma emboscada do DOI-CODI em São Paulo. Baleado pelas costas, foi levado vivo à prisão, onde sofreu torturas até sua morte, naquele mesmo dia.
José Luiz da Cunha, o Comandante Crioulo, foi enterrado como indigente no cemitério de Perus, como tantos outros militantes. Para dificultar sua localização por parte da família, os militares o descreveram na certidão de óbito como “branco”.
Seus ossos foram exumados em 1991 e, após testes de DNA em 2006, foi enterrado José Luiz da Cunha, ao lado do túmulo de sua mãe Maria Madalena, no cemitério Parque das Flores, em Tejipió, Recife. Seu nome batiza uma rua no bairro de Campo Grande, Rio de Janeiro.
Edição: Vanessa Gonzaga