Morador de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, desde 1976, o fotógrafo Marcelo Soares acompanhou ao longo dos anos as grandes mudanças urbanísticas do bairro. Os incontáveis terrenos baldios e casas com quintas de árvores frutíferas foram aos poucos se transformando em espigões fruto da grande especulação imobiliária da capital pernambucana. Nesta paisagem, o mangue também tem um protagonismo e é justamente a relação do ecossistema com as transformação da urbe o foco de seu último trabalho, Lapsos, aterros e memórias. "Ao fazer esta imersão imagética e sonora pelo ponto de vista do caráter urbanístico e ambiental dos reordenamentos urbanos na região, peguei emprestado minhas memórias e vivências e as ressignifiquei em territórios circunvizinhos", explica.
A mostra Lapsos, aterros e memórias está disponível para visitação virtual no site oficial do projeto até o dia 5 de junho. Fotografias e vídeos com paisagens sonoras fazem parte da exposição.