As famílias agricultoras que vivem na ocupação do Engenho Bonfim, na zona rural de Amaraji, a 96 km do Recife, denunciam a empresa Usina União e Indústria S/A, de intimidação contra os trabalhadores, que afirmam ter visto pessoas armadas rondando o acampamento desde a madrugada da segunda (17).
Já durante o dia, policiais do Grupo de Ações Táticas do Interior (GATI) do 21º BPM e um representante do Ministério Público de Pernambuco foram até o local e afirmaram que as famílias deveriam deixar o local até a tarde desta quarta (19).
Um dos agricultores que faz parte da ocupação, mas preferiu não ser identificado relata que o conflito tem se acirrado "Tem pistoleiro na casa das lideranças, pegando companheiros na estrada, intimidando. E a gente tá aqui, no processo de conflito”, afirma.
Em nota, o Ministério Público de Pernambuco afirma que após uma reunião com representantes do Ministério Público Agrário, Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco (SJDH-PE), Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Instituto de Terras e Reforma Agrária (Iterpe), entre outros, onde ficou firmado que o MPPE iria até o assentamento conversar com assentados para buscar uma solução pacífica para o cumprimento da decisão judicial, uma vez que não há impugnação judicial à decisão, bem como, resta expirado o prazo para o cumprimento voluntário desta pelos assentados".
De acordo com o MPPE, a visita do dia 18 de maio teve o objetivo de explicar aos acampados sobre a existência da decisão judicial que determina a reintegração de posse. De acordo como Ministério, "o objetivo da visita era o de se buscar uma conciliação para impedir a deflagração de operação policial para a retirada forçada dos assentados. Ao final da exposição, os assentados solicitaram a realização de novo diálogo neste 19 de maio, às 14hs, na Promotoria de Justiça, o que foi aceito imediatamente. Todavia, não houve o comparecimento de nenhum representante do Movimento Sem Terra (MST), impossibilitando as tratativas iniciadas para a mediação do conflito. O MPPE continua aberto para mediação da situação".
O Brasil de Fato Pernambuco entrou em contato com a Secretaria de Defesa Social, mas não obteve respostas até o fechamento desta nota.
Em atualização
Edição: Vanessa Gonzaga