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Pernambuco sem gerência, responsabilidade e controle da Polícia

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Em um País em que as pessoas morrem sem ar nas filas das UTI’s, os recifenses precisaram de fôlego para correr da violência e proteger os seus. - Agência JC Mazella
A coragem que Liana Cirne teve hoje, parada em frente ao carro da PM, exigindo ser ouvida.

O Brasil inteiro foi hoje às ruas para denunciar o governo genocida de Jair Bolsonaro e reivindicar sua saída da presidência da república, antes que mais brasileiros morram em razão da sua omissão assassina. Em Recife, o dia 29 de maio fica marcado não como o dia em que a democracia foi fortalecida, mas sim como o dia em que se tornou, ainda mais claro, a necessidade dela ser defendida. 

Em um ato pacífico, sem que tenha havido — de ponta a ponta— qualquer ação agressiva por parte dos manifestantes, a Polícia Militar de Pernambucano dispersou a passeata com bombas e gás de pimenta. Em uma das cenas mais lamentáveis do dia, Liana Cirne (PT), vereadora da cidade do Recife, foi agredida por um policial militar que, além de não respeitar uma cidadã, não respeita sequer o Poder Legislativo em Pernambuco. Liana, assim como outras centenas de manifestantes no ato, foi vítima de uma polícia preparada para o confronto e não, como deveria ser, para proteger os cidadãos.

Um pouco depois do fim ato, que ficou marcado como uma das passeatas mais reprimidas durante os últimos anos no Estado de Pernambuco, Governador (PSB) e Vice (PCdoB) declararam publicamente que a PM não agiu a mando do Governo do Estado. As declarações denunciam dois cenários: ou são mentirosas ou o Estado de Pernambuco hoje em dia não tem nenhuma gerência, nenhuma responsabilidade e nenhum controle da sua própria polícia. E, seja qual for o cenário real, qualquer um deles é preocupante. 

Hoje, os cidadãos Recifenses e Pernambucanos aguardam que Paulo Câmara não só afaste o Comandante da PM, mas determine sua exoneração por insubordinação. Não é para se dar espaço para o fascismo. Fazê-lo é assumir seu lado na história.

Em um País em que as pessoas morrem sem ar nas filas das UTI’s, os recifenses precisaram de fôlego para correr da violência e proteger os seus. São por ações assim que precisamos, enquanto eleitores, sabermos quem efetivamente está do lado do povo. Ir para as ruas denunciar a morte, o desemprego e a fome é uma atitude de coragem, em um Estado governado pela hipocrisia e descaso.

Mas o recado foi dado: a rua ainda é o único lugar capaz de provocar um fato político tão mobilizador, que os opressores precisam responder aos gritos de liberdade e de justiça da forma que responderam. Mas é preciso ter coragem, o tipo de coragem que o poeta Pedro Bomba descreve, coragem da rebeldia, de “correr da repressão, andar na rua, subir ladeira; Chutar bomba de opressão”. A coragem que Liana Cirne teve hoje, parada em frente ao carro da PM, exigindo ser ouvida. Vão nos ouvir. E é justamente isso que eles temem. Se isso os apavora, gritemos mais alto, então.

Edição: Vanessa Gonzaga