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Banda lança clipe convocando pernambucanos a “aquilombar”

Abulidu é a junção dos verbos transitivos “abolir” e “bulir”; banda nasceu em 2019

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Clipe “Quilombo Urbano” traz reflexões sobre a realidade do povo preto nas grandes cidades 133 anos da abolição - Rennan Peixe

Nascida em 2019, a banda pernambucana Abulidu estreou seu primeiro videoclipe no mês de maio. “Quilombo Urbano” está disponível no Youtube e traz reflexões sobre a realidade do povo preto nas grandes cidades 133 anos da “abolição” da escravatura. A população negra segue, em sua maioria, empurrada para a margem da sociedade, onde a colonização determinou que deveriam estar.

A “Quilombo Urbano” é mixada e masterizada pelo produtor musical Buguinha Dub, de Olinda. O videoclipe, gravado no sítio histórico da Marim dos Caetés e no Xambá, contou com direção e roteiro de Rennan Peixe. Luana Vitória (“Lounira”) e Hélio Machado protagonizam o clipe, que tem as participações de Laurinha Xambá, Neto Xambá, Henrique Xambá, Yngrid Xambá, Cawan Xambá e Tayná Xambá. A marca Lassana Moda Africana ficou à frente do figurino e Andrezia Leocádia responsável pela maquiagem.

Abulidu subiu ao palco pela primeira vez em fevereiro de 2020, no Pré-Amp, concurso de música autoral de Pernambuco na qual a banda ficou com o 2º lugar geral. O grupo também subiu ao palco no Carnaval do Recife, no polo do Pátio de São Pedro, semanas antes da eclosão da pandemia do novo coronavírus no país.

A banda traz em sua sonoridade estilos musicais como raga, bregafunk, rap, afrobeat, hip hop, maracatu, embolada e outros ritmos da cultura afro-brasileira. “Com os nossos tambores ancestrais, pretendemos ‘aquilombar’ os ouvidos, tocar a alma com rap, arrepiar a pele com o afrobeat e bagunçar as estruturas com o maracatu”, diz o percussionista Thúlio Xambá. “Lutamos pela inclusão, difusão e equidade de oportunidades na cadeia da economia criativa”, pontua o percussionista Arnaldo Monte, que avalia que isso pode ajudar a quebrar o preconceito contra a música que nasce às margem da indústria e da cidade.


A banda é formada por Hélio Machado,Thúlio Xambá, Arnaldo Monte, Paulo Alves, Rogério Martins e Raphael César. / Rennan Peixe

O nome Abulidu surge da junção dos verbos transitivos “abolir” e “bulir” (gíria). A banda é formada por seis músicos pernambucanos, periféricos, pretos e que levantam as bandeiras do movimento negro. “A gente vê na periferia um terreno fértil para criações sobre a poética das populações marginalizadas”, define o cantor e compositor Hélio Machado.

Além de Hélio, Abulido tem as percussões de Thúlio Xambá (também do Bongar) e Arnaldo Monte (Coco de Zeca do Rolete), o violão de Paulo Alves (de Siba), guitarra de Rogério Martins e baixo de Raphael César. O grupo ainda tem os apoios de Anderson Leite, Adiliane Batista e Renata Mesquita.

Edição: Vinícius Sobreira