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Genocida e corrupto: o Brasil vai às ruas contra Bolsonaro

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"Já são mais de 500 mil mortes e dezenas de crimes na ficha corrida do presidente"
"Já são mais de 500 mil mortes e dezenas de crimes na ficha corrida do presidente" - Joana Berwanger/Sul 21
É preciso que se entenda a urgência de se interromper o reinado da barbárie 

Sábado que vem (#3J) tem mais um ato nacional #ForaBolsonaro e não tem como falar de outra coisa. Na primeira grande manifestação (#29M) ainda havia quem tivesse dúvida da importância da mobilização popular contra o genocida. Na segunda (#19J), os protestos dobraram de tamanho. Agora, especialmente depois das últimas denúncias que escancararam a corrupção rasteira do governo protofascista, muito mais gente já compreende a urgência de encurtar ao máximo possível um governo que se preocupa mais em pegar propina do que em salvar vidas. O esquema de propina abrigado no Ministério da Saúde é vergonhoso e remonta a práticas medievais, da minúscula política e da ladroagem que a sociedade não pode mais tolerar de jeito nenhum.

Não que faltassem motivos para tirar essa turma do poder. Já são mais de 500 mil mortes e dezenas de crimes na ficha corrida do presidente, sendo dez apenas nas últimas três semanas, de acordo com um levantamento da Folha de São Paulo que contou com a consultoria de especialistas em direito criminal e constitucional. Isso sem falar nos crimes eleitorais que já deveriam ter custado a cassação da chapa inteira antes mesmo de ter tomado posse.

Como o TSE não parece se movimentar e o genocida (ainda) não dá pinta de que vai renunciar, o que nos cabe é lutar pelo impeachment. Já ouvi gente democrata dizendo que “o país não aguenta outra ruptura” ou que “não temos conjuntura para impedimento agora”. A verdade é que não aguentamos tantas mortes, tanta violência e tanta corrupção. A verdade é que a conjuntura se constrói. Quanto mais gente na rua, quanto mais pessoas públicas, artistas, representantes do empresariado e todo mundo se posicionar, mais difícil fica a vida do fascista e de sua milicia família. 

Pedidos de impeachment nunca faltaram. A novidade do dia, inclusive, é o ‘superpedido’, protocolado nesta quarta (30) por partidos, parlamentares, lideranças sociais, coletivos e movimentos populares e que consolida nada menos que 122 denúncias anteriores.

Por mais que o protagonismo da luta #ForaBolsonaro venha sendo de grupos identificados com setores progressistas, ressaltamos: derrubar Bolsonaro não é tarefa apenas da esquerda, mas de todo mundo que preza pela democracia. Por mais que tenhamos planos diferentes para o país e possamos estar em lados opostos no próximo processo eleitoral, é preciso que se entenda a urgência de se interromper o reinado da barbárie. 

No “nosso campo”, temos cerca de 135 votos na Câmara, quando precisamos de pelo menos 342 pra dar a largada no processo de impedimento. Tirando uma certa direita moralista que, com a multiplicação das denúncias de corrupção rasteira começam a se somar, podemos imaginar mais algumas dezenas de votos. Mas é preciso focar no Centrão, principalmente no presidente da Casa, Arthur Lira (PP), que anda caladinho caladinho e que tem a autoridade pra tirar qualquer pedido da gaveta na hora que bem entender.

O orçamento paralelo (leia-se: corrupção) que botou milhões nas mãos dessa turma e outras maracutaias têm segurado a base mais fisiológica, que costuma colocar os seus interesses individuais na frente dos destinos da nação. ‘Queimar o filme’ de quem ainda está com Bolsonaro e chamar na chincha a túia de ‘isentão’ que tem evitado botar o pé na dividida é missão histórica de quem luta por um mundo melhor.

O desafio é grande, mas não vale perder a esperança. Esse povo é tudo, mas não é besta. No ano que vem tem eleição e não tem mamata que resista ao desgaste político de se atrelar a um governo que só derrete na avaliação das pesquisas e que cada vez mais se desmascara aos olhos da população. Olha o bônus: quanto mais a sociedade ‘aperta’ o legislativo, mais deputados e deputadas se veem na obrigação de mostrar a cara e dizer de que lado está. Além de derrubar o governo, ainda fortalecemos a imprescindível luta para melhorar a qualidade de quem nos representa no Congresso Nacional.

As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do jornal

 

Edição: Vanessa Gonzaga