Nossa luta é por uma sociedade mais justa, onde cada pessoa possa ter acesso a seus direitos
A partir desta semana, o Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) assina uma coluna quinzenal no Brasil de Fato Pernambuco. Abordaremos temas relacionados à vida cotidiana, aos direitos e à luta do povo pernambucano e brasileiro. A sua interação com nossos artigos é fundamental. Então leia, faça sugestões e compartilhe! E para inaugurar esta coluna vamos contar um pouco da nossa história.
O MTD é um movimento constituído por milhares de mulheres, homens, jovens e crianças, em sua maioria negras, que decidiram se unir para juntos e fortes, organizarmos a luta na defesa de nossas vidas e pela conquista de nossos direitos. Há 21 anos estamos presente nas principais cidades do país desenvolvendo trabalhos de organização popular em centenas de comunidades nas periferias brasileiras.
Nossa luta é por uma sociedade mais justa, onde cada pessoa possa ter acesso a seus direitos. Mas sabemos que as raízes do problema de não termos esses direitos garantidos estão na profunda desigualdade social, herança desde o tempo da escravidão. Porém, a nossa esperança na conquista desses direitos se concretiza através da organização coletiva do nosso povo e por este motivo seguimos nas trincheiras da luta.
No estado de Pernambuco iniciamos nossa jornada de construção no ano de 2019 em cidades da Região Metropolitana do Recife (RMR) por compreendermos a força da organização social e o histórico de lutas populares nesta região. Nas comunidades de Brasília Teimosa, Várzea, Milagres, Peixinhos, Aguazinha, Sítio Novo, Nova Vila Claudete e Itapuama demos os primeiros passos para nossa consolidação.
Organizando coordenações comunitárias, elegendo coordenadoras e coordenadores de rua, formando Agentes Populares de Saúde, implantando Bancos Populares de Alimentos, ocupando associações de moradores que estavam estagnadas, fomentando a cultura popular local e investindo na luta por uma alimentação saudável através das hortas urbanas populares agroecológicas reafirmamos nosso compromisso com o povo e colocamos em prática a nossa política permanente de solidariedade.
Por meio destas metodologias do trabalho de base nós buscamos conquistas para nosso povo através da luta por moradia, por transporte público, por saúde e educação de qualidade, incentivo e políticas públicas que garantam produção e acesso à cultura popular, esporte, lazer, entre outros. Buscamos uma maior participação do povo nos espaços públicos de controle social com o objetivo de que sejamos nós os principais responsáveis pelas reformas estruturais na sociedade brasileira, como a reforma urbana e a democratização dos meios de comunicação.
Temos um posicionamento firme em relação à retirada dos direitos e ao extermínio que a população brasileira vem sofrendo por parte deste governo genocida e nossas vozes jamais se calarão diante de tamanha opressão.
Afirmamos a construção do feminismo popular com o intuito de superar o patriarcado com estrutura de violência. Nos posicionamos diariamente na luta antirracista, contra esse sistema que torna a população negra a mais discriminada e violentada pelo estado brasileiro, principalmente nas periferias. Nem bala, nem vírus, nem fome! O povo negro quer viver! Assim como lutamos contra a banalização da violência que oprime e mata a população LGBTQIA+.
Nosso principal lema é a palavra de ordem “Direito de Trabalhar, Trabalhar com Direitos!”, que sintetiza o objetivo e o sujeito da construção do movimento. É a síntese do país onde queremos viver, onde queremos que nossos filhos e filhas possam crescer. O MTD Pernambuco se desafia em fazer da mística da organização popular a nossa força motriz. Onde cada Maria, cada José se sinta parte do processo de transformação de sua existência. Viver nos tempos de hoje é um ato de resistência, e fazer desta existência um processo coletivo é acender fogueiras de rebeldia. Por isso, nos rebelaremos todos os dias contra todas as formas de opressão!
As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do jornal
Edição: Vanessa Gonzaga