Com um vasto conteúdo que reúne informações sobre a Revolução de 1817, no momento em que se institui a Data Magna Pernambucana, no dia 6 de março, e se comemora o bicentenário do movimento emancipador, o livro “O Recife da Revolução Republicana 1817”, de autoria do arquiteto e pesquisador José Luiz Mota Menezes, professor emérito da pós-graduação em Arqueologia e Conservação do Patrimônio, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), remonta a história e leva o leitor ao Recife de mais de 200 anos atrás, palco de batalhas pela libertação.
O livro, que custa R$ 40, foi lançado nesta terça (24), durante a programação virtual da 14ª Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco. A publicação é uma contribuição para a história e cultura do estado,já que a Revolução, que antecede a independência, ainda não é bem conhecida por muitos. A edição tem o incentivo do Fundo de Incentivo à Cultura do Estado de Pernambuco (Funcultura).
O projeto do livro prevê a publicação de mil exemplares, com publicação na internet de audiolivro com audiodescrição das imagens, que faz a narrativa em áudio, promovendo o acesso a pessoas com deficiência visual.
José Luiz Mota Menezes buscou compreender e interpretar o processo do movimento revolucionário, apreendendo o essencial do episódio, um dos mais expressivos da província de Pernambuco, com repercussão em todo o cenário nacional.
Segundo ele, ao caminhar nas ruas do Recife, principalmente nas mais antigas, as pessoas não têm como reconhecer os locais onde ocorreram as lutas e conquistas, além da morte de alguns dos revoltosos de 1817. “O Recife, ao longo de 200 anos, transformou-se consideravelmente. A ampliação das terras secas, o aterro de rios e mangues para edificar moradias e outras construções, faz com que a sociedade perca alguns referenciais dos lugares onde aconteceram os movimentos da Revolução Republicana de 1817”, comenta o autor. A história dos feitos é realizada de maneira acessível ao leitor interessado e ainda, considerando a civilização da imagem, o texto apresenta muitas ilustrações.
“É um projeto que pretende mostrar a memória de determinados fatos que foram desprezados ou omitidos pela história oficial. É uma forma de contribuir para que a história do país, e em um recorte especial, a de Pernambuco, seja mais conhecida por todos os pernambucanos”, aponta a produtora cultural Clarisse Fraga.
O livro também aprofunda e amplia a abordagem do tema destacando as intervenções urbanísticas e arquitetônicas ocorridas no Recife naquele período histórico. Nas páginas, o autor revisita, por meio de textos e imagens, além das reconstituições cartográficas, esses lugares urbanos.
Edição: Vanessa Gonzaga