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Tudo pronto para o maior ato #ForaBolsonaro em linha reta da América Latina

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Atos deste sábado (02) contarão com partidos de centro, que decidiram se juntar ao campo progressista na luta pelo impeachment - Giorgia Prates
Enquanto Bolsonaro estiver no poder, não há outra disputa possível

Não é de hoje que a gente sabe da importância de se tirar Bolsonaro do poder como prerrogativa imprescindível para um retorno à caminhada rumo a uma democracia que ainda estamos por alcançar. Também não é novidade que a esquerda, nossos partidos e organizações são insuficientes para que a gente obtenha vitória nesta empreitada que vai muito além da tradicional disputa entre progressistas x conservadores.

O que está em jogo é a defesa da própria República e de uma democracia formal que nós compreendemos insuficiente, mas necessária como caminho para um sistema em que as pessoas de forma informada possam tomar decisões conscientes que afetam suas próprias vidas.

Também é verdade que, sobre isso, o cenário não mudou desde 2018. Aliás, desde 2016, quando a presidenta Dilma foi vítima de um golpe parlamentar, midiático, safado, pilantra e machista. De lá pra cá, nós, que nos identificamos no campo das esquerdas, jamais abrimos mão de estar na linha de frente contra a barbárie representada pelo que depois se tornou o bolsonarismo.

O que mudou – e isso significa também vitória nossa – foi a percepção de outras forças políticas sobre a importância do impeachment e a necessidade que temos em abreviar ao máximo possível esta passagem tão nefasta da história. 

Se é fundamental reconhecer quem está ao nosso lado em todas as lutas, neste momento também é necessária maturidade política pra reconhecer que hoje temos, inclusive com adversários antigos e atuais, um inimigo comum. Um inimigo violento, ardiloso, cretino, corrupto, sem escrúpulo algum.  Um inimigo sanguinário que precisa ser o foco principal de nossa ação política. Enquanto Bolsonaro estiver no poder, não há outra disputa possível.

Depois de uma tentativa equivocada de “convocar” quem já era #forabolsonaro desde sempre, lideranças de partidos que contribuíram para chegarmos onde estamos compreenderam que precisavam, neste momento, marchar ao nosso lado, construindo esta participação de forma coletiva. Não sou de pedir autocrítica dos outros (porque o nome já diz de quem deve partir a iniciativa), mas imagino que esta foi ou está sendo feita.

Sendo assim, para o ato do próximo sábado, 2 de outubro, já temos confirmadas as presenças de PCB, UP, PSOL, PT, PCdoB, PSB, PDT, Rede, PV, Cidadania e Solidariedade. Some-se a isso os movimentos sociais, coletivos da sociedade civil, grupos da juventude, sindicatos e a chamada ‘sociedade civil desorganizada’ e uma certeza se desenha: teremos o maior ato #ForaBolsonaro já realizado desde o #EleNão organizado por movimentos feministas ainda durante a campanha de 2018.

Pra quem tá chegando agora, meus braços abertos. Venha da cor que quiser, do jeito que te apetecer. Fico feliz que tenha finalmente reconhecido a importância de se combater o fascismo. É improvável que estejamos juntos em campanhas eleitorais ou em gestões públicas. Mas compreendemos que você, querido adversário, é necessário para que a gente possa, depois disso tudo, continuar divergindo dentro de uma possível democracia.

À companheirada das esquerdas, que sigamos na nossa tarefa. Que a gente siga reconhecendo as pequenas vitórias e não percamos o olhar no horizonte. Que acolhamos a turma de quem discordamos não apenas porque o momento exige esta grandeza política, mas porque o país não aguenta mais essa milícia no poder.

As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do jornal

Edição: Vanessa Gonzaga