Uma manifestante foi atropelada no centro do Recife no fim da manhã deste sábado (02) durante o ato Fora Bolsonaro. A vítima, que preferiu não se identificar, estava na comissão que garantia o diálogo entre os condutores e o manifestantes quando o ato dispersava na Av. Martins de Barros. Um condutor, que queria furar o bloqueio, começou a confusão, segundo Leonardo França, que presenciou a cena “Ele arrastou, todo mundo pediu para parar, mas ele não parou. Ele correu mais de 100 metros com a menina pendurada no carro. Ele freou, a menina caiu e ele passou por cima”, afirma.
Alguns manifestantes afirmam que o motorista fez falas contra o ato durante a confusão enquanto a mulher pedia calma. A vítima ficou ferida em diversas partes do corpo, incluindo a cabeça, mas foi socorrida no local e encaminhada para o Real Hospital Português.
Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco informou que o o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) "instaurou inquérito policial e está investigando uma tentativa de homicídio ocorrida na tarde de sábado (02), na Avenida Martins de Barros, no bairro de Santo Antônio, quando uma mulher foi atropelada por um homem após a dispersão de uma manifestação politica. O acusado registrou, por sua vez, ocorrência de dano/depredação do seu veículo na Central de Plantões da Capital (Ceplanc)". O órgão afirmou também que tomará todas as providências para a apuração dos fatos.
A Comissão da Advocacia Popular informou em nota neste domingo (03) que a vítima passou por uma cirurgia na perna devido ao rompimento no ligamento do tornozelo e foram inseridos 10 pinos em seu pé. Quanto ao traumatismo na cabeça, há uma hemorragia, que já foi controlada. Até o momento, ela permanece em observação no hospital.
Repúdio
As organizações políticas que coordenaram as manifestações deste sábado estão se manifestando em repúdio ao caso. Paulo Mansan, dirigente estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra afirmou que o acontecido "é o cúmulo do absurdo e da intolerância. Nós não podemos normalizar o que presenciamos hoje. Estávamos em um ato democrático, já dispersando. Nada justifica essa violência".
A vereadora do Recife Dani Portela repudiou o acontecimento e declarou que acionou as autoridades competentes "Foi doloso, intencional, ele quis fazer. Isso fere o direito a manifestação e a democracia, ter um ato grande que acaba com uma violência dessa. Entramos em contato com a Secretaria da Mulher do Estado e com o Secretário de Segurança. É preciso cobrar das autoridades a agilidade para que ele seja preso em flagrante delito. Isso tem que acontecer hoje. Por nós, pela democracia, pelo Brasil. Para que isso não se repita", conclui.
O Brasil de Fato Pernambuco tentou contato com a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) para saber se as forças de segurança estão apurando o caso e se há algum tipo de assistência prestada à vítima pelos órgãos do Governo do Estado, mas até o o fechamento desta matéria a PMPE não respondeu aos questionamentos.
Em atualização
Edição: Monyse Ravena