A vitória do processo bolivariano nas eleições da Venezuela é boa notícia
As megaeleições que mobilizaram a Venezuela no dia 21 de novembro demonstraram uma democracia popular que funciona, mesmo no meio da guerra implacável que o governo dos Estados Unidos e seus aliados movem contra esse país. O resultado dessas eleições comprovam que, apesar de todos os problemas que enfrenta, o povo da Venezuela acredita no processo do Bolivarianismo e aprova o governo que o leva adiante.
A guerra econômica impede o governo venezuelano de receber os pagamentos até do petróleo que vende fora do país. O bloqueio econômico não deixa entrar no país nem as matérias primas para medicamentos indispensáveis à vida. No entanto, a Venezuela resiste. Diariamente há uma guerra de informações falsas. Apesar de tudo, a Venezuela realizou sua 29ª eleição geral desde 1998, quando o presidente Chávez concorreu pela primeira vez às eleições e venceu. Desta vez, neste 2021, o povo venezuelano elegeu governadores, prefeitos e câmaras legislativas estaduais e municipais.
Mais uma vez, a imprensa internacional fez tudo para desmoralizar o processo eleitoral. A União Europeia mandou mais de cem observadores internacionais. Dos Estados Unidos, veio uma delegação de técnicos comprometidos com a direita internacional. Além disso, 110 ONGs se fizeram presentes. Participaram do processo de contagem dos votos com direito de intervenção. Não puderam fazer nenhuma denúncia contra a lisura do pleito.
Como nada puderam descobrir de errado, os jornais fazem de conta que não aconteceu nada. Não aceitam reconhecer que o governo bolivariano e o processo político iniciado sob a liderança do presidente Hugo Chávez e continuado hoje sob a condução de Nicolas Maduro conquistou a vitória elegendo 20 dos 23 governadores eleitos. Também ganhou 205 prefeituras das 335 que entraram na disputa e na maioria dos estados e municípios fez bom número de legisladores. No estado de Barinas, haverá novas eleições, marcadas para o domingo 09 de janeiro.
Para nós, latino-americanos, por vários motivos, a vitória do processo bolivariano nas eleições da Venezuela é boa notícia. Primeiramente porque se o país fosse realmente o horror que a imprensa apresenta, não seria possível vitória tão expressiva. Em segundo lugar, porque, se depois de tantos anos de guerra e bloqueio que os Estados Unidos fazem ao país, o povo venezuelano opta pelo atual governo, confirma que, o império tem muita força e poder, mas não consegue comprar a dignidade de um povo. Não podem assassinar o sonho da liberdade e da justiça eco-social, concretizadas na Constituição da República Bolivariana da Venezuela. Finalmente, se a Venezuela consegue dizer não ao império, toda a América Latina e Caribe podem manter a esperança de sua integração e sua libertação de todos os imperialismos.
O resultado dessas eleições é um modo dos irmãos e irmãs venezuelanos celebrarem neste próximo 17 de dezembro o 191º aniversário da morte de Simon Bolívar, o libertador que no começo do século XIX já nos propunha a descolonização. Ao consagrar a sua vida e a conquistar a libertação de seis países do continente, Em Roma, aos 22 anos, Bolívar jurava que não descansaria até ver a América Latina libertada do império espanhol. Ele tinha nascido de uma das famílias mais ricas da Venezuela. Despojou-se de toda a riqueza e se consagrou à libertação dos povos. No 17 de dezembro de 1830, aos 47 anos, morreu pobre, deixando-nos como herança o sonho da integração continental e do pleno reconhecimento da dignidade humana e da libertação de todos os povos.
Muito obrigado ao governo e ao povo da Venezuela por reacender em nós este projeto de vida e fraternidade social.
Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato Pernambuco.
Edição: Vanessa Gonzaga