Na noite desta terça (18) o caso do assassinato da menina Beatriz Angélica Mota ganha mais um episódio. A defesa do acusado Marcelo da Silva apresentou uma carta que teria sido escrita por ele na prisão, onde ele diz ser inocente e temer pela própria vida.
A carta foi divulgada em um canal de TV aberta. Nela, Marcelo diz “não sou assassino”, “estou com medo de morrer”, pede a proteção de sua mãe e diz que quer falar com Lucinha Mota, mãe de Beatriz.
Há menos de 10 dias, em 11 de janeiro, Marcelo teria confessado o crime com detalhes a um grupo de delegados responsáveis pelo caso. O depoimento foi gravado e trechos foram divulgados com exclusividade pelo Portal G1. No depoimento, o acusado diz que "Eu não vou mentir, não. Eu sou o criminoso que cometi aquele crime. Eu nunca cometi um crime na minha vida tão bárbaro igual a essa consequência que houve".
Depois, ele narra com detalhes como teria encontrado Beatriz: "Ela disse 'você está com uma faca aí'. Aí eu gritei 'cala a boca'. Aí eu, com medo de ela correr, disse 'entra aí'. Aí botei ela pra dentro do quarto. Eu disse 'fique caladinha, não saia, não, enquanto eu não for embora. Eu já estou indo embora, fique bem quietinha'. Aí sabe o que aconteceu? Ela começou foi a gritar", afirmou.
Após a divulgação do depoimento, a então advogada de Marcelo, Niedja Mônica da Silva, afirmou que não iria tentar negar que Marcelo é o assassino de Beatriz, mas que ele chorava ao falar do caso. A carta foi veiculada nesta terça (18) por Rafael Nunes, o advogado que está assumindo o caso após a saída de Niedja. Junto da carta, o advogado afirmou que Marcelo não foi ouvido pelos delegados com a presença de um defensor.
Para a família, Marcelo é o culpado pela morte de Beatriz. “Eu, Lucinha, tenho acesso ao inquérito. Eu jamais iria aceitar que um inocente pagasse por esse crime. Dentro da confissão dele a gente consegue achar esses elementos. O DNA é o xeque-mate, não tem como ele contestar” afirmou a mãe de Beatriz em uma transmissão ao vivo nas redes sociais.
Investigação segue
Em nota veiculada pelo JC, a Secretaria de Defesa Social afirma que “todo o inquérito sobre o assassinato da menina Beatriz está sendo realizado dentro de todos os parâmetros legais, com zelo e lisura”.
De acordo com a secretaria, o exame de DNA e a narrativa do suspeito se encaixam com as outras provas que já existiam. Agora, o caso seguirá sob sigilo e a Polícia Civil de Pernambuco está reunindo as provas necessárias para conclusão do inquérito policial e consequente remessa ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
Edição: Rani de Mendonça