No último sábado (09), a mobilização nacional “Bolsonaro Nunca Mais” ocupou cerca de 70 municípios, entre capitais e cidades do interior. O ato questionou as privatizações, a fome, o desemprego e o aumento da inflação em cartazes e palavras de ordem.
No Nordeste, os atos aconteceram em todos os estados; região que foi a única onde Bolsonaro perdeu nas eleições de 2018 e é onde o presidente tem maior rejeição, com 61%, segundo pesquisa da Quaest do mês de março.
Os primeiros atos do dia aconteceram em Maceió, João Pessoa, Aracaju, Teresina, São Luiz e Recife. Na capital pernambucana, a concentração foi no Parque Treze de Maio, no coração da cidade, e percorreu as ruas do centro até a Praça do Carmo.
Para Isa Gabriela, militante do Levante Popular da Juventude e do Movimento Brasil Popular, é importante destacar a presença dos jovens nos atos e denunciar como suas vidas têm sido impactadas pelo atual governo. “Estamos aqui hoje no Treze de Maio em mais um dia de resistência e luta para gritar ‘Fora Bolsonaro’ para derrotar esse governo machista, racista, misógino, corrupto que destrói os sonhos da juventude e para convocar a juventude a se somar nessa luta. É muito importante a juventude, como todos os setores da sociedade, estarem mobilizados nessa luta de derrotar Bolsonaro, porque só assim a gente vai conseguir garantir um futuro digno”, acredita.
Uma pauta muito forte nos discursos e nas roupas dos manifestantes era o apoio à pré-candidatura de Lula à Presidência da República ao lado do clamor pelo impeachment de Jair Bolsonaro.
Para Demócrito Miranda, coordenador do Comitê Popular Pedal Lula Livre, a manifestação é uma continuidade dos atos do ano passado, mas já volta o olhar para as eleições deste ano. “Apesar da gente estar no último ano do governo Bolsonaro, ele continua ainda dando razões para impeachment e para não ser reeleito. Então, a gente tem que fazer uma mobilização contínua agora, até as eleições, para de uma forma ou de outra tirar Bolsonaro, seja pelo impeachment que ele já merece há muito tempo, seja pelas eleições legítimas, colocando Lula na presidência”, destaca.
Já à tarde, foi a vez de Salvador, Fortaleza e Natal irem às ruas. Na capital cearense, as mobilizações se concentraram na Praça Portugal, no bairro de Aldeota. O professor e vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores do Ceará, Helder Nogueira, fala da importância dos protestos para a educação. “São milhares de pessoas nas ruas de Fortaleza e de todo o Brasil para dizer ‘Bolsonaro Nunca Mais’, nós não aceitamos mais este cenário de fome, miséria, desemprego, essa destruição total que o nosso país vive. Nós queremos mais universidades, mais oportunidades nas escolas, mais empregos e acabar com a fome. Por isso estamos dizendo: ‘Bolsonaro nunca mais’”, pontua.
A agenda nacional de lutas continua. Para o dia 1º de maio, são esperados novos protestos denunciando a piora na qualidade de vida e no poder de compra dos trabalhadores.
Edição: Vanessa Gonzaga