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Coluna

Páscoa: tempo de celebrar os nossos compromissos de lutar para mudar a vida do povo

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Mural "A Páscoa de Cristo e a Páscoa do Povo" - Mino Cerezo Barredo
Na Páscoa, reafirmamos nosso compromisso de lutar para defender e melhorar as condições de vida

Páscoa, uma festa eminentemente cristã, mas, como muitas celebrações simbólicas, passa a ter mais interesses comerciais, que a fé e as tradições religiosas. O comércio se prepara para vender, com produtos específicos para as festas, muitas propagandas e uma rede de marketing para oferecer produtos com marcas e preços para tentar vender o máximo, e atender as tenências consumistas das diferentes classes sociais. No entanto, as crises atuais fazem com que a maioria da população não tenha as condições nem para oferecer as famílias um almoço digno no dia de Páscoa.


A Páscoa mesmo tem um sentido muito profundo, na história da construção da luta por liberdade na história da humanidade. É neste período que se comemora o dia da passagem do povo que vivia em regime de escravidão do Egito, para a liberdade da terra prometida de Canaã. A Páscoa nos traz sempre presente a história da libertação e da passagem que leva o povo, escravo, a um processo de luta de libertação, até a terra prometida.

 
São dois grandes eventos históricos, que comemoramos na Páscoa: o primeiro, o acontecimento, que dá origem, que marca a história da fé cristã. Conta a história, que Moisés, um levita, que viveu há 1.250 anos antes de Cristo,  foi criado na corte pela filha do Faraó do Egito, portanto teve a oportunidade de acesso a conhecimento, e que Deus, o chamou, aos 80 anos, para livrar o povo hebreu da escravidão egípcia e conduzi-los a terra prometida de Canaã. 

 Moisés preparou o povo durante anos para a partida à terra prometida. Foram tempos de trabalho de base, clandestino, para convencer as famílias e povos que viviam escravos no Egito, pregava que. além do mar, havia terras em que o povo teria a oportunidade viver livre e sem a condição de escravidão. Moisés, como líder do seu povo, pediu a libertação dos hebreus ao Faraó, que rejeitou seu pedido. Então, Deus mandou dez pragas ao Egito, para convencer o Faraó a permitir a partida do povo. O faraó resistiu até a última praga, a morte dos primogênitos. Esta última, atingiu todas as famílias do Egito, somente as famílias que seguiram a orientação de Moisés e tingiram, com sangue dos carneiros oferecido a Deus, os batentes de suas portas. Estes não sofreram as consequências da Praga e se prepararam para a grande partida. 
O Faraó, então, aceita a partida do povo escravo. Mas, em seguida, se arrepende e determina que o exército impeça a saída do povo do Egito, encurralando os escravos entre o mar Vermelho e o exército do Faraó.  Neste momento, seguindo o fenômeno natural das marés, ou um milagre divino, Moises “levanta a espada“, o mar se abre, a maré baixa rapidamente, permitindo que o povo escravo passasse pelo mar Vermelho. Quando o exército avança contra o povo, o mar se fecha, matando todos os soldados e impedindo a perseguição.

Moisés libertou o povo da escravidão no antigo Egito, instituindo com essa passagem do Mar Vermelho a Páscoa. Desde então é celebrado este dia, por todo o povo de Deus, como o milagre da passagem do mar Vermelho. Depois conduziu o povo através de um êxodo pelo deserto, durante 40 anos, que inicia com a histórica passagem do Mar Vermelho até a terra prometida.


O segundo grande evento histórico celebrado na festa da Páscoa é o da ressurreição de Jesus Cristo, que é morto e crucificado na sexta-feira, que antecedeu o dia da Páscoa e que posteriormente passou-se a celebrar como sexta-feira santa. Morreu na cruz, porque pregava a liberdade, o fim da escravidão e da fome. Ressuscita no dia de Páscoa, coincidindo assim as duas grandes celebrações cristãs. Segundo a história, Jesus, o filho de Deus, escolheu a semana da Páscoa para o seu sacrifício, quando, segundo a Igreja Católica, Jesus  no domingo anterior a páscoa, entra em Jerusalém (hoje de ramos) aclamado pelo povo, despertando a irá das elites representadas pelos reis e faraós. Na mesma semana, se entrega depois da última ceia, é flagelado, assassinado, pregado em uma cruz e ressuscita no dia de Páscoa.
Portanto na Páscoa lembramos os milagres de dois grandes líderes cristãos: Moisés, com o milagre da passagem, e Jesus um judeu, que lutou contra o Império Romano e ressuscita - quando seus discípulos e apóstolos, saem dos esconderijos  e decidem a continuar a pregar, a boa nova da libertação, pregada pelo mestre - para perpetuar a pregação cristã.


Vivemos hoje no Brasil, uma a situação desastrosa de crises: econômica, pandemia, ambiental, social e política. Temos um governo fascista, que se agarra nos “valores cristãos” de defesa da família e da propriedade privada, para enganar o povo. Não que precisamos de milagre, nem de um libertador, mas precisamos aproveitar a Páscoa para reafirmar compromissos de lutar contra o atual tirano. Nesta Páscoa, condenar este governo, que é responsável por mais de 662 mil pessoas, que morreram desta praga atual, a COVID 19.

Vivemos sob a ameaça de duas grandes pragas: a Praga do vírus da covid-19, que se alimenta da irresponsabilidade deliberada dos governantes, para avançar, cada vez mais contra a população, matando em sua maioria as populações mais pobres e mais vulneráveis. Felizmente estamos vencendo graças às vacinas e aos cuidados do povo. A outra  praga é este governo fascista, que insiste em priorizar o mercado contra a vida, e que também vamos vencer, pela força do povo. Portanto, neste dia de Páscoa reafirmamos nosso compromisso de lutar para defender e melhorar as condições de vida do povo. Defender a soberania nacional, devolver ao povo a esperança e a alegria de viver.

Edição: Rani de Mendonça