Mais esvaziada do que o comum, a feira do São Gonçalo, na zona oeste de Petrolina, foi palco do ato político em defesa do trabalhador na cidade. A menor quantidade de consumidores no local reflete o cenário de carestia dos alimentos por todo o país. Para dialogar com os feirantes e consumidores, o Comitê de Luta de Petrolina agitou o espaço com palavras de ordem, música e panfletagem.
O momento foi para marcar o Dia do Trabalhador e contou com a presença de militantes e parlamentares do Partido do Trabalhador (PT), sindicalistas, movimentos populares e atrações culturais.
Virgínia Passos, professora do colegiado de Psicologia da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) e da Seção Sindical dos Docentes da UNIVASF (SINDUNIVASF), ressaltou o porquê da escolha do local. "Viemos celebrar o dia do trabalhador onde estão os que garantem comida na nossa mesa", defendeu.
Entre as organizações e sindicatos presentes, estiveram o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (SINTEPE), a Seção Sindical dos docentes da UNIVASF (SINDUNIVASF), o Sindicato dos Trabalhadores Rurais Assalariados de Petrolina (STTAR), o Mãos Solidárias e organizações que compõem o Grito dos Excluídos.
Foi expressiva também a participação de pré-candidatos a deputados federais e estaduais pelo PT, como Marcos Heridijanio, Cícero Romão e Gilmar Santos, além da deputada estadual, Dulcileide Amorim (PT).
Maria Vera Lúcia da Silva fazia sua feira da semana quando percebeu a movimentação e parou para escutar as falas. "Eu acho que deveriam ter mais momentos como esse pra incentivar o pessoal a se conscientizar e saber mais sobre o que anda acontecendo", partilhou. Já um outro consumidor não quis se identificar por, segundo ele, temer pelo seu trabalho, mas afirmou apoiar a manifestação.
Zezinho de Mindu, presidente do Conselho Popular de Petrolina, reforça o caráter de protesto do ato. "O dia do trabalhador sempre foi um dia onde os trabalhadores e as trabalhadoras se encontram pra celebrar a vida, as conquistas, mas infelizmente esse ano a gente se encontra pra protestar um desgoverno que está acabando com a vida na sua totalidade", denuncia.
A concentração ainda contou com a entrega de panfletos, adesivos e pintura de blusas para os feirantes. As falas seguiram até o fim da manhã com professores universitários, trabalhadores da saúde e demais participantes sobre a defesa dos direitos dos trabalhadores.
Edição: Rani de Mendonça