O Mapa da Mídia Independente e Popular de Pernambuco reúne experiências de coletivos de comunicação popular e comunitária de todo o estado. O site é uma realização da Marco Zero Conteúdo em parceria com o Coletivo Sargento Perifa e apoiado pelos Repórteres Sem Fronteiras.
O site localiza por território de atuação as iniciativas de comunicação voltadas para periferias, comunidades quilombolas, povos originários, sindicatos e movimentos populares, por exemplo; coletivos mantidos por doações ou até com recursos dos próprios comunicadores.
Leia também: Aulas de Língua Brasileira de Sinais (Libras) começam a ser transmitidas na TV Pernambuco
Por isso, um dos objetivos do mapa, é conseguir dar visibilidade para os coletivos e atrair financiamentos, como destaca o editor e cofundador da Marco Zero Conteúdo, Laércio Portela. “Acho que tem um potencial aí do mapa ser uma referência - não a única, mas uma referência importante - para que quem não conhece a realidade, conheça, veja a importância desses grupos e possa chegar apoiando”, destaca o jornalista, que observa que a maioria dos grupos mapeados produzem conteúdos voltados para o local onde estão inseridos. “A grande maioria tem uma base territorial, então estamos falando de pessoas que produzem territórios onde vivem. Então, tem uma relação diferente com o público, digamos assim, que é um conceito muito do jornalismo clássico. Aqui as pessoas têm uma relação”.
Uma das iniciativas mapeadas é o podcast “A Voz da Lama”, que é chamado de “rádio de andada” por ser transmitida não só por streamings, mas também por bicicletas que circulam pela comunidade. O veículo atua em conjunto com a Livroteca Brincante do Pina, na comunidade do Bode, no Recife.
Leia também: Mulheres que atuaram na imprensa pernambucana são destaques no Prosa e Fato
A rádio foi criada em um momento em que os moradores se viam cansados da forma como a mídia comercial os tratava. “É primordial que a gente fale da gente, pela a gente e para a gente. A nossa missão realmente é fazer uma comunicação acessível, uma comunicação de chegue nas pessoas, porque a nossa principal função é a democratização do acesso à comunicação e à arte”, como destaca o comunicador e agitador popular, Pedro Stilo.
Uma dessas iniciativas foi o “Passinho da Prevenção”, que foi lançado no início da pandemia, e que aliava informação ao ritmo mais tocado nas periferias da Região Metropolitana. Para os moradores da comunidade do bode, a rádio é um veículo que traz não só informação, mas também a alegria de se sentirem vistos como realmente são. “Que essa rádio possa mostrar pra eles que a gente não é aquilo que eles pensam”, afirma o estudante Fábio Silva
Quem quiser acessar o mapa e outras iniciativas como a da rádio de andada, é só acessar o site do Mapa da Mídia Independente e Popular de Pernambuco para conferir conteúdos autorais, populares e independentes; e também para inscrever o seu coletivo de comunicação.
Edição: Vanessa Gonzaga