Na tarde deste domingo (15), o Partido dos Trabalhadores (PT) realizou um ato político no Recife Praia Hotel, na Zona Sul da capital pernambucana, para anunciar a pré-candidatura da atual deputada estadual, Teresa Leitão, ao Senado Federal. O lançamento aconteceu após o 16° Encontro Estadual do PT Pernambuco e contou com a presença do governador Paulo Câmara e Danilo Cabral (PSB), que encabeça a chapa da Frente Popular para o Governo do Estado. 

A atividade contou também com a participação de Paulo Rocha, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Pernambuco; Cícera Nunes, presidenta da Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Pernambuco (Fetape); Vivian Farias, vice-presidenta da Fundação Perseu Abramo; o senador Humberto Costa (PT); Jaime Amorim, dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra (MST), entre figuras do PT do interior do estado, como prefeitos dos municípios onde o partido governa.

Além de pré-candidatos e dirigentes do PT, evento contou com a presença do governador Paulo Câmara e o pré-candidato ao governo Danilo Cabral (PSB) / Helena Dias/Brasil de Fato PE

O nome de Teresa é confirmado após diversas negociações e mudanças de cenários políticos. Os acordos nas alianças formadas em apoio ao pré-candidato ao governo do PSB sinalizavam a possibilidade de Carlos Veras (PT), Teresa Leitão (PT), Luciana Santos (PCdoB) ou André de Paula (PSD) pleitearem o Senado. O deputado federal, Carlos Veras, chegou a ser anunciado como pré-candidato ao cargo que disputava internamente no partido petista com Teresa, mas abriu mão logo em seguida.

Além do PSB, também estiveram presentes representações do Partido Verde (PV). O PCdoB, que tinha lançado a atual vice-governadora Luciana Santos como pré-candidata para a vaga do Senado, não esteve no evento. A expectativa era que Marcelino Granja, do PCdoB, participasse, mas ele não compareceu. A sua ausência pode ser um indicativo de que a Frente Popular ainda tem questões e direcionamentos para resolver com o partido comunista.

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Na sua fala, Teresa reforça que para além de disputa de cargos, o tom das eleições deste ano deve pautar, além do "Fora Bolsonaro", a defesa da democracia. "Essa é uma eleição onde a pessoa no cargo mais alto da República, que devia preservar e garantir a sua tranquilidade, desafia o Supremo Tribunal; desafia as urnas eletrônicas; desafia e desrespeita constantemente a democracia", explica. 

Ela também reforça o caráter estratégico das alianças do PT em nível estadual e nacional "Nós temos conteúdo pra ir pra rua e não vamos de cabeça baixa, nem com vergonha da aliança que nós fizemos. Nós fizemos essa aliança e vamos comer muita lula com chuchu mesmo [referência à chapa Lula-Alckimin]. Vamos sim e temos essa aliança mediados por essa conjuntura. Não é uma aliança de submissão, não é uma aliança de puxadinho, é uma aliança estratégica".

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Em clima de unidade, Danilo Cabral reforça a necessidade de um amplo arco de alianças para derrotar Bolsonaro e seus candidatos nos governos e legislativo "É em nome disso [os ataques do governo Bolsonaro] que a gente tá sendo [pré-candidato ao] estado, pra somar e fazer uma grande aliança em torno do Brasil. Deixando de lado diferenças menores que nós possamos ter, porque o momento exige de nós. O campo progressista nesse país isoladamente não vai conseguir impor uma derrota a esse projeto político se a gente não trouxer pra perto da gente outras forças do campo democrático", afirma Cabral.

Disputa pelo Senado

Na disputa externa, o nomes mais cotados eram o de Teresa e o deputado federal, André de Paula, que lidera o bloco do "centrão" (formado pelo PSD e PP) dentro da coligação de apoio ao PSB e caberia à sigla socialista decidir entre os dois. No último dia 03 os dois partidos sugeriram a possibilidade de uma saída da coligação caso André de Paula não fosse o escolhido.

De Paula representa uma composição mais centro-direita em torno de Danilo e tem flertado com a pré-candidatura de Marília Arraes (SD), desde que os acenos do PSB foram se consolidando em torno do PT para o Senado. Enquanto o deputado federal representa essa trajetória mais à direita que o PSB tem construído desde as Eleições de 2014, Teresa Leitão representa um resgate da relação entre PSB e PT e a aposta no apoio de Lula como elemento decisivo para os pleitos desse ano.

Nesta segunda (16), Marília Arraes e André de Paula farão uma coletiva de imprensa para falar sobre fatos novos e futuros acontecimentos ligados às suas pré-candidaturas no estado.

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Edição: Vanessa Gonzaga