Chame de pessoa, veja como pessoa, entenda como pessoa, trate como pessoa
Negra, branca, indígena, quilombola, ribeirinha, cigana. Bebê, criança, adolescente, jovem, adulta, idosa. Originária, imigrante. Clara, escura. Cis, trans, não binária, queer. Lésbica, gay, bi, intersexo, assexual, pansexual. Cega ou de baixa visão, surda ou ensurdecida, cadeirante, muletante, caminhante.
Com deficiência, com autismo, com down. Sem. Ouvinte, vidente, caminhante. Magra, gorda. Alta, baixa. Com gigantismo, com nanismo. Em situação de rua, em conflito com a lei, em vulnerabilidade. Sem teto, sem-terra. Ameaçada de despejo, com fome, ameaçada de morte.
Vivendo com o HIV, com doenças raras, ostomizada, com sofrimento mental. Calva, cabeluda. Urbana, rural. Solteira, namorada, noiva, casada. Mono, não mono, poli. Trabalhadora, precarizada, desempregada. Empreendedora, batalhadora, cansada. Lutadora, desesperada, sonhadora. Desconectada, interligada. Usuária de drogas, abstêmia. Grávida, estéril. Cristã, candomblecista, umbandista, juremeira, espírita, judia, muçulmana, hindu, agnóstica, ateísta.
Comunista, socialista, social democrata, liberal.
Pessoa.
Pessoa. Não erre.
Chame de pessoa, veja como pessoa, entenda como pessoa, trate como pessoa. Perceba a pessoa. Seja.
Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato Pernambuco.
Edição: Vanessa Gonzaga