Na noite desta sexta-feira (8), as codeputadas Juntas (PSOL) lançam sua pré-candidatura para renovar o mandato coletivo e feminista na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O evento contará com a presença do dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, que este ano é pré-candidato do PSOL a deputado federal em São Paulo. A atividade terá DJs e tem início marcado para as 18h, no nº 225 da Rua do Príncipe, quase na esquina com a Gervásio Pires, bairro da Soledade.
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A proposta do mandato continua a mesma, mas agora com uma composição diferente. A comunicadora e produtora audiovisual Carol Vergolino e a advogada e servidora pública Robeyoncé Lima concorrerão, individualmente, a vagas na Câmara Federal. E as Juntas seguem com a militante sem teto e trabalhadora do comércio informal Jô Cavalcanti, a professora e sindicalista Kátia Cunha e a estudante sertaneja Joelma Carla.
As Juntas são a primeira experiência de mandato coletivo em Pernambuco. O quinteto foi um fenômeno eleitoral na disputa de 2018. Eu seu primeiro teste nas urnas e embaladas pela mobilização das mulheres contra Bolsonaro, as Juntas tiveram 39,1 mil votos de confiança na proposta de mandato coletivo. Foram a 27ª candidatura mais votada entre as 49 eleitas, a frente de nomes com longa trajetória na política pernambucana.
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Em 2018 o PSOL obteve 108,1 mil votos, superando o coeficiente eleitoral (que este ano deve ficar em torno dos 90 mil votos). A meta foi alcançada também graças às votações relevantes das candidaturas de Áureo Cisneiros (18,9 mil votos), Lucinha Mota (16,3 mil) e o ex-deputado Edílson Silva (14 mil). Áureo é novamente pré-candidato pelo PSOL. Já Edilson Silva está no PCdoB e não será candidato, enquanto Lucinha Mota migrou para o PSDB e é pré-candidata estadual novamente.
Desafios do PSOL e Rede
Para este ano o PSOL está vinculado à Rede Sustentabilidade através de federação partidária. Na disputa para deputado estadual, o PSOL tem uma chapa mais competitiva, com nomes como os dos vereadores Dani Portela e Ivan Moraes, além das próprias Juntas. O objetivo é conseguir superar os 90 mil votos e manter a vaga do PSOL na Alepe, conquistada pela primeira vez em 2014, com Edilson Silva. A depender do desempenho, a federação pode conquistar uma segunda vaga.
Já na disputa da Câmara Federal, o nome mais forte da federação é o deputado federal Túlio Gadêlha (Rede), que em 2018, ainda pelo PDT, conquistou 75,6 mil votos. Mas o coeficiente eleitoral para deputado federal deve ficar em torno de 150 mil votos este ano. É a marca que a aliança PSOL-Rede precisa superar para eleger alguém. Em 2018 o PSOL fez 77 mil votos para federal, tendo como votações mais expressivas as de Ivan Moraes (18,7 mil), Paulo Rubem (11,9 mil – ele agora está na Rede) e Rodrigo Patriota (11,2 mil, ele hoje está no PP). Apesar do cenário difícil, o PSOL tem esperança de eleger seu primeiro federal por Pernambuco este ano.
Nas disputas majoritárias, o PSOL está apoiando Lula (PT) para a Presidência da República e tem João Arnaldo (PSOL) e Eugênia Lima (PSOL) como pré-candidatos ao Governo do Estado e ao Senado, respectivamente.
Boulos no Recife
O dirigente nacional do MTST, Guilherme Boulos, está no Recife nesta sexta-feira (8). À tarde participa de atividade na UFPE onde lança seu livro “Sem medo do futuro”, a partir das 13h, no auditório da Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe), no campus da universidade. O evento contará com uma análise de conjuntura facilitada por Boulos, pela educadora e pesquisadora Carmem Silva (da SOS Corpo) e pela professora Maria Eduarda Mota (programa de pós-graduação em gênero e sexualidade da UFPE). À noite Boulos participa da atividade política das Juntas.
Edição: Elen Carvalho