Pernambuco

FENEARTE

Com mais de 5 mil expositores, Fenearte homenageia os 30 anos do Movimento Manguebeat

A feira que acontece todos os anos em Olinda (PE) trouxe na decoração referências ao movimento cultural pernambucano

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Serão 12 dias de feira, que vão até o dia 17 de julho, com uma programação que inclui apresentações culturais, rodas de conversas, shows e diversas atividades - Hélia Scheppa/ Divulgação

Logo na entrada da Feira dos Negócios do Artesanato (Fenearte), na Alameda dos Mestres, os visitantes se deparam com a escultura do mestre Roberto Vital, de Igarassu, em Pernambuco, que utiliza o coqueiro como matéria prima e faz uma homenagem à Chico Science, principal referência no movimento Manguebeat. 

Isso porque a 22ª edição da Fenearte, que começou na útlima quarta-feira (6), no Centro de Convenções, em Olinda, tem como tema central o movimento que foi criado há 30 anos, em 1992, em Pernambuco.

O artesão Roberto Vital explica o simbolismo dessa homenagem. “O Chico foi um grande artista, ele cantou, protestou e não tinha como eu não fazer uma homenagem para o Chico. Era um menino como eu que tinha contato com bicho, do mangue. E foi isso que eu fiz, o Chico caranguejo, com esses braços fortes de caranguejo, as patas, representando o nosso Chico que valorizou a nossa história, a nossa arte, o nosso lugar”, explicou o artesão.

O que foi o movimento Manguebeat?

O Manguebeat surgiu no Recife dos anos 1990 e denunciava a desigualdade social da capital pernambucana, que à época amargava baixos índices de desenvolvimento social. Foi com a união da alfaia do maracatu com a guitarra elétrica do rock’n roll que o manguebeat mostrou um Recife de fome, violência e miséria. O símbolo do movimento: um caranguejo, que da lama estava conectado ao mundo.

O produtor cultural e criador do Som na Rural, Roger de Renor, contribuiu para o movimento desde a sua origem e, até hoje, se esforça para que a memória do mangue permaneça viva. “Eu como uma pessoa contemporânea do Manguebeat e que hoje em dia colabora com a memória do Manguebeat, para mim é essencial que  a gente fale dele não como uma saudade ou uma homenagem, mas sim como um cuidado com o futuro”, acredita Roger.

Leia: Completando 30 anos, o movimento Manguebeat segue influenciando a cena musical pernambucana

A Feira

A atmosfera do Manguebeat está em todos os detalhes da Fenearte, evento que reúne cerca de 5 mil expositores de todo o Brasil e de outros países. O artesão Antônio Cleder é de Rio Branco, no Acre, e confecciona biojóias. Ele viaja em eventos por todo o país e percebe na feira um diferencial. “Eu vejo a Fenearte como uma seleção de pessoas exigentes, pessoas de bom gosto e que sabem dar valor ao trabalho do artesão”, analisa.

Serviço

A feira vai até o dia 17 de julho com uma programação que inclui apresentações culturais, rodas de conversas, shows e diversas atividades. O valor do ingresso está R$10 a inteira e R$5 a meia-entrada. O horário de funcionamento é das 14 às 22h durante a semana e das 10 às 22h aos finais de semana. Para mais informações, acesse o site.

Edição: Vanessa Gonzaga