Pernambuco

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Roçado Solidário: iniciativa une o campo e a cidade em nome da solidariedade

O projeto já garantiu a doação de duas toneladas de alimentos como alface, cebola, jerimum, macaxeira e jiló

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Voluntários experimentam um dia de trabalho no roçado plantando comida saudável para quem tem fome - Quentin Delaroche/Mãos Solidárias

De manhã cedo na capital pernambucana, os voluntários do Roçado Solidário já se preparam para ir para a cidade de Moreno, na Região Metropolitana do Recife, trabalhar no campo. Eles fazem parte uma iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que produz solidariedade e alimentos saudáveis.

Em um percurso de 28km, os voluntários vão até o lugar onde são cultivados alimentos. A viagem dura em média trinta minutos. No roçado, os voluntários são instruídos sobre como preparar a terra, plantar e colher pelos movimentos tão conhecidos para quem trabalha no campo. Desde o surgimento, os roçados já produziram mais de 950 toneladas de alimentos, que foram doados para famílias moradoras das periferias do Recife e da Região Metropolitana.

“O roçado serve para nós produzirmos solidariedade, para nós plantarmos solidariedade, plantarmos fraternidade, plantarmos comida saudável para quem precisa. Já temos algumas dezenas de Roçados Solidários e a ideia funciona, mais ou menos, assim: cada assentamento, cada acampamento tem o seu roçado, onde destina uma área, meio hectare, um hectare para plantar para a solidariedade”, destaca Paulo Mansan, coordenador da campanha Mãos Solidárias, que acredita que o projeto foi pensado para unir o campo e a cidade contra a fome, agravada pela pandemia da Covid-19.“E alguns de nós construímos e produzimos com companheiros e companheiras da cidade, inclusive companheiras que estão recebendo esses alimentos nas suas comunidades e outras pessoas que queiram conhecer o MST também”, conclui.

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Voluntários

Quem conhece e gosta de vivenciar a experiência do roçado solidário é a voluntária Maria Pignata, que colabora com a ação e descreve o sentimento de solidariedade. “É ter coragem de entrar no fogo podendo até se queimar, mas está lá colocando seu corpo, a sua vida para ajudar o outro. Isso aí é a coisa mais fantástica que eu encontrei nessa pandemia no Roçado Solidário”, acredita.

Nos roçados, os voluntários fazem todo o trabalho, do preparo da terra até o cultivo dos alimentos que tem gerado frutos refletidos nas toneladas de alimentos colhidos. “Nesse roçado aqui nós temos, aproximadamente, 1.600 pés de bananas. Já colhemos mais de duas toneladas de produtos entre alface, cebola, jerimum, macaxeira, jiló, beringela, então uma gama de produtos, todos destinados para a solidariedade”, afirma.

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Saiba como participar

Para fazer parte do time de produtores voluntários só precisa ter vontade. Os encontros são organizados através das redes sociais da Campanha Mãos Solidárias, que reúne diversas iniciativas como esta, em prol das pessoas que mais precisam.

Para quem tem interesse em conhecer mais de perto o trabalho no campo e também exercer a solidariedade, os encontros são aos sábados, de quinze em quinze dias, às 6h da manhã, no Armazém do Campo, em Recife. 
 

Edição: Elen Carvalho