Todas as camadas populares que estão em situação de mais precarização de vida seriam contempladas
Renda Básica permanente com objetivo de garantir condições de vida dignas para as famílias mais pobres, fortalecer a economia e reduzir as desigualdades. Essa é a proposta de uma campanha nacional que reúne diversas organizações e movimentos populares.
As condições de vida de uma grande parcela da população brasileira já não estava muito boa quando começou a pandemia e o cenário de desigualdade se agravou. No Recife e região metropolitana a situação não é diferente.
Diante disso, organizações e movimentos se juntaram para construir a Campanha pela Renda Básica, como explica Tita Carneiro, militante da Consulta Popular e do Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos. “A campanha pela renda básica em Recife surge no início da pandemia. Movimentos populares e organizações políticas se juntaram para reivindicar essa política de transferência de renda para milhares de famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social”.
A proposta atualmente é que a renda básica permanente no valor de R$521,00 seja paga a mais de 120 mil famílias. "A primeira população a receber são as mulheres que vivem em ocupações urbanas, que têm filhos e que chefiam suas famílias, ou seja, mães-solos. A gente observa que essas mulheres são prioritariamente negras e vivem nas periferias no entorno de Recife”, explica a militante.
Atualmente, a Campanha pela Renda Básica no Recife realiza reuniões quinzenais e atos descentralizados em toda a Região Metropolitana, além de compor a Frente Estadual pela Renda Básica Permanente. Tita Carneiro conta que, desde o início da pandemia, foram feitas "algumas plenárias para debater o tema, reuniões com parlamentares e estimulamos a criação de uma frente parlamentar pelo direito à renda básica, construímos o curso de extensão junto com a UFPE, que se desdobrou em alguns bairros da Região Metropolitana do Recife, onde debatemos renda básica, cultura, trabalho e organização popular. Desde abril, também estamos fazendo o Festival Cultural pela Renda Básica, que vem acontecendo mensalmente no centro do Recife, com o intuito de arrecadar financeiramente para contribuir com as organizações dos atos, das audiências públicas”.
Com a situação das chuvas, deslizamentos e alagamentos recentes em Pernambuco, houve piora das condições de vida dessas populações já vulnerabilizadas. Por isso, a campanha também arrecadou alimentos, móveis e outros itens para doação. Tita Carneiro aponta que o maior desafio atualmente é um convencimento mais amplo de setores da sociedade sobre a importância da campanha.
“Essa pauta da renda básica a gente enxerga como tendo uma capacidade de grande ampliação, porque todas as camadas populares que estão numa situação de mais precarização de vida seriam contempladas com a efetivação dessa pauta, com a vitória concreta dessa pauta”, pontua.
Para conhecer mais sobre a Campanha Renda Básica, você pode acompanhar o perfil no Instagram @rendabasicarecife. Por lá você também pode saber mais sobre o Festival Cultural pela Renda Básica, que tem mais uma edição no próximo sábado (dia 16) no centro da capital pernambucana.
Edição: Vanessa Gonzaga