Aconteceu no último sábado (30), no Polo de Formação Casa dos Saberes do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), a roda de diálogos “A cultura pela reforma agrária”, que discutiu a importância da cultura e dos espaços culturais na vida da população do campo.
Estavam presentes na mesa o coordenador de comunicação da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (ABRAÇO), Wagner Souto, Rubneuza Leandro, do Setor de Educação do MST de Pernambuco e Edvânia Lopes, representante da Comunidade Quilombola do Castainho, em Garanhuns. O diálogo foi mediado por Napoleão Raob, produtor cultural e militante do MST.
"A gente vive hoje um ataque à cultura"
“A origem da palavra cultura diz respeito ao cultivo da terra e a gente vive hoje um ataque à cultura, um ataque à reforma agrária, portanto um ataque a tudo que produz a vida. A reforma agrária é uma forma de produção da vida, dos agricultores poderem produzir de forma saudável, mas também é cultura enquanto parte da nossa humanização. Então, é importante que os agricultores, os camponeses, tenham acesso à cultura elaborada das suas diversas dimensões, seja literatura, arte, teatro", afirmou Rubneuza Leandro.
A educadora reforça que não é apenas o trabalho na terra que caracteriza o movimento. "E nós, do Movimento Sem Terra temos lutado para que essas dimensões sejam reincorporadas a dimensão camponesa, pois o fato de viver da terra não pode estar desassociado da vivencia das manifestações culturais que é o que também nos humaniza, além do trabalho”, ressalta.
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Desde o dia 18 de julho até o encerramento da programação, no dia 31, foram mais de 70 ações formativas ministradas em oito espaços de formação no FIG. A Aesga (Casa dos Saberes), Casa Ufape, Funase, Galeria Rui Barbosa Mall, Espaço da Moda, Sesc, comunidade quilombola do Castainho e Praça da Palavra sedirama os debates.
Sérgio Cruz, gerente de territorialidades e equipamentos culturais da Secretaria de Cultura de Pernambuco, reforça: “a cultura nos dá nossa identidade de classe trabalhadora, ela dá a nossa identidade de periferia. Então, é essa a importância e tudo isso foi trazido hoje nessa mesa, a questão da relação da educação e cultura como uma coisa só, como uma coisa una que é a completude e a totalidade dos seres humanos e seus coletivos".
Além dos presentes à mesa, pré-candidatos aproveitaram o espaço para dialogar sobre a luta cultural nos assentamentos, como Rosa Amorim, pré-candidata a deputada estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT), e Liana Cirne, pré-candidata a deputada federal também pelo PT. “A gente diz que a cultura não é apêndice da nossa luta, a cultura é o centro, porque nada mais é do que construir uma revolução cultural no nosso modo de produzir a nossa existência”, afirmou Rosa Amorim (PT).
Militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra assistiram ao debate e, em seguida, realizaram atividades de adesivaço nos shows. O movimento está engajado na campanha de Lula e da primeira pré-candidata do MST no Estado, Rosa Amorim.
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Edição: Vanessa Gonzaga