É preciso que ponhamos um ponto final neste momento de desconstrução do SUS
Em cinco de agosto é comemorado o Dia Nacional da Saúde. A data faz referência ao nascimento do médico e sanitarista Oswaldo Cruz, nascido em 5 de agosto de 1872. Mais do que um dia de eventual celebração, este 5 de agosto de 2022 deve nos servir como momento de reflexão acerca da necessária reconstrução do nosso Sistema Único de Saúde.
A pandemia em seus momentos mais agudos nos reforçou o quão o SUS foi e é importante para o nosso povo. Não fosse a estrutura e a capilaridade de nosso sistema de saúde, a tragédia por aqui poderia ter sido bem pior. E é graças a esta capilaridade que, apesar de todo o atraso do Governo Federal, as vacinas puderam chegar nos mais distintos locais do país. Alcance este que muitos países economicamente muito mais fortes não conseguiram ter até hoje.
Entretanto, não dá para desconsiderarmos todos os limites e dificuldades aos quais estamos submetidos também dentro do SUS. Especialmente se considerarmos o quanto deixamos de avançar ao longo de, pelo menos, 6 anos. Neste período, além da Emenda Constitucional que congelou a capacidade do governo de investir em todas as
áreas, incluindo a saúde, enfrentamos governos que atuaram verdadeiramente contra a saúde do povo brasileiro. Começando com Michel Temer, que assumiu após o impeachment da Presidenta Dilma, e continuando com todo o período que temos vivido sob o governo de Jair Bolsonaro.
Mais do que antigo subfinanciamento do Sistema de Saúde tão falado por nós, hoje temos assistido a um verdadeiro desfinanciamento da saúde. E seguindo esse ritmo, a conta não fechará. Só tende a piorar, afinal, a população brasileira segue crescendo e segue envelhecendo, o que aponta para uma maior necessidade de utilização do sistema de saúde como um todo.
Não temos mais tempo. Primeiro é preciso que ponhamos um ponto final neste momento de desconstrução do SUS e isso passa necessariamente pela derrota de Bolsonaro e pela eleição de um governo comprometido com as causas populares. Em seguida, enfrentarmos com unhas e dentes este desafio de reconstrução do Sistema Único de Saúde. Precisamos pôr o país de volta ao trilho e na saúde isso passa pela construção de um SUS cada vez mais forte e do tamanho das necessidades do povo brasileiro.
Edição: Marcos Barbosa