No litoral paraibano, um grupo de amigos encontrou no luto a força para praticar a solidariedade. Maria Eunice Cabral, fundadora do Projeto Eu Amo Vida, conta que tudo começou após uma amiga ser diagnosticada com um câncer raro, ainda jovem.
A amiga, que se chamava Lorena Larry, lutou contra o câncer durante dez meses. Nesse período, Maria Eunice e outros amigos desenvolveram atividades solidárias para ajudar no tratamento da paciente, que não resistiu e faleceu em 2011.
Leia: Roçado Solidário: iniciativa une o campo e a cidade em nome da solidariedade
Maria Eunice conta que a partir de uma homenagem, em celebração ao aniversário e à memória de Lorena, surgiu a ideia despretensiosa de arrecadar alimentos para dar cestas básicas a famílias que necessitavam.
O nome de Lorena não ficou só na lembrança. Os amigos se juntaram e criaram o projeto “Eu Amo Vida”, em Mamanguape, litoral da Paraíba. Todo ano, próximo da data que seria o aniversário de Lorena, em julho, eles realizam campanhas que oferecem serviços como corte de cabelo, apoio jurídico, dentista e psicólogo.
Leia: Agrotóxico aumenta casos de câncer de mama em mulheres expostas aos venenos, diz pesquisadora
Além disso, há o incentivo para a doação de sangue que vai direto para o Hemocentro da Paraíba.
Tayane Andrade é voluntária do projeto desde 2018. Como alguém que foi auxiliado pelas ações do “Eu Amo Vida”, Tayane compartilha hoje, nas ações, o acolhimento que recebeu do projeto. “Todo ano preciso estar perto, preciso fazer alguma coisa pelo projeto que tanto me ajudou em momentos tão ruins”, conta.
Leia: Projeto oferece reforço escolar e alimentação para crianças no Morro da Babilônia (RJ)
No último mês de julho, foi comemorado dez anos da campanha que compartilha a memória de Lorena. Foram doadas mais de 300 cestas básicas para as famílias vulneráveis e 77 bolsas de sangue para o Hemocentro.
Em cada doação, é como se Lorena estivesse, de novo, perto da família e dos amigos. Segundo Maria Eunice, essa ideia de solidariedade, de uma vida que não se concentra somente em uma pessoa. “Eu não amo somente a minha a vida, eu amo a vida do todo, a existência de qualquer ser humano é bastante preciosa então é preciso olhar a necessidade do outro, notá-las e, no que puder assisti-las”, complementa.
Leia: Em ação de solidariedade, mulheres do MST no DF realizam doação de sangue ao Hemocentro
Edição: Vanessa Gonzaga