Quanto vale à liberdade? Para a população LGBT, essa pergunta custa muito caro. Sem assistência, com os direitos negados e, muitas vezes, rejeitados pela família, a população LGBT sofre um apagamento social que os torna quase invisíveis, a não ser nas estatísticas.
Segundo o Movimento LGBT Leões do Norte, que atua em Pernambuco na defesa e promoção de direitos humanos e cidadania desta parcela da população, só em 2020, pelo menos 12 assassinatos de LGBT foram notificados no estado.
Na contramão do apagamento, a ONG Cores surgiu no sertão do São Francisco, em Petrolina, possibilitando assistência e acolhimento aos LGBTI+, como explica Alzyr Brasileiro, uma dos fundadoras.
“A ONG Cores surgiu em 2019, aqui em Petrolina, com o intuito de defender o orgulho e a população LGBTQIAP+ que, naquele período, estava sofrendo bastante LGBTfobia aqui na nossa região. Então, o Movimento LGBT em Petrolina já havia iniciado, porém, não havia nenhum movimento institucionalizado e nós, preocupados com os altos índices de violência, resolvemos fundar a Cores e institucionalizar esse movimento”, relatou Alzyr.
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Na ONG, diversas ações são oferecidas para a população LGBTQIAP+. Além do acolhimento, serviços como psicoterapia, atendimento jurídico e cultural são parte das atividades.
Dentre os projetos desenvolvidos pela ONG está o “Empregabilidade em Cores” que dá a possibilidade às pessoas LGBTQIAP+, principalmente as trans, de ingressarem no mercado de trabalho, como explica Alzyr.
“Ele consiste na formação e capacitação de pessoas LGBTQIAP+, principalmente pessoas trans no mercado de trabalho. As pessoas participam de uma oficina, de um curso, que são 9 módulos nesse curso, entre eles: empreendedorismo, direitos LGBT, direitos trabalhistas, mentorias. Então, são 9 módulos que formam e capacitam pessoas para que elas sejam incluídas no mercado de trabalho através de parceria da Cores com várias empresas, inclusive multinacionais”.
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Um outro projeto é o Libras Coloridas, com aulas de libras para a população LGBTQIA+. “Com o intuito de trazermos para o movimento LGBT, de uma forma visível, a população surda LGBTQIA+, que é tão presente, principalmente, aqui em Petrolina”, complementou a fundadora da ONG.
A ONG também está realizando um mapeamento da população LGBTQIA+ do Vale do São Francisco com o intuito de localizar a população e atuar mais perto das pessoas. A pesquisa segue até 4 de novembro. Para conhecer, se tornar um voluntário ou um doador da ONG Cores, acesse o site cores.org.br
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Edição: Vanessa Gonzaga