O Bairro do Recife recebe, a partir da quarta-feira (21), a sexta edição da Feira Nordestina do Livro (Fenelivro). Ocupando a Avenida Rio Branco com a participação de 25 editoras, a Fenelivro volta ao formato presencial depois de dois anos, homenageando o poeta Miró da Muribeca e o cantor e compositor Chico Science.
O evento integra o Circuito Cepe de Cultura 2022 e traz como tema central "Há fronteiras nos jardins da razão?" costurando a programação gratuita que segue até domingo (25). A 6ª Fenelivro contará com mais de trinta atrações entre lançamentos literários, saraus, shows, oficinas, espetáculos infantis, rodas de conversas, exibição de filmes e videoteatro.
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"Essa edição se tornou especial a partir do momento que a levamos para uma área aberta e no coração do Recife. Por isso, estamos oferecendo uma programação onde literatura, música, teatro, cinema e artes visuais falam sobre a cidade, transmitem o que pensam e o que sentem às pessoas que transitam por ela," destaca a curadora Jamille Barbosa.
Debates e lançamentos
Além dos lançamentos, todos os dias a programação traz pelo menos um bate-papo. Na quarta-feira, às 18h30, a roda de conversa Manguebeat: o movimento e a memória, reunirá o cineasta Jura Capela, realizador do documentário Manguebit, a professora de sociologia da UFPE Luciana Moura, autora do livro Manguebeat: a cena, o Recife e o mundo (Appris, 2020), com mediação do crítico musical, jornalista, escritor e pesquisador José Teles, autor do livro Da lama ao caos: que som é esse que vem de Pernambuco (Edições Sesc São Paulo, 2022).
Já no sábado, o escritor paulistano Sacolinha (pseudônimo de Ademir Alves de Sousa), a cordelista e poeta cearense Jarid Arraes e a escritora carioca Clara Alves mostrarão como as suas experiências sociais se refletem nas suas produções literárias. A conversa entre Sacolinha e Jarid Arraes será no sábado (24) e terá mediação do poeta pernambucano Fred Caju a partir das 16h.
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A performance do coletivo Slam das Minas de Pernambuco acontece no domingo (25), às 19h, quando oito mulheres negras estarão juntas para recitar poesias autorais sobre resistência e ancestralidade. "A poesia feita a partir da nossa vivência é uma característica do nosso grupo", destaca Amanda Timóteo, poeta e uma das organizadoras do coletivo.
Nos shows do fim de semana, a banda Geração Mangue leva sua mistura de música regional com hip-hop para o palco da Fenelivro, às 20h do sábado (24). A banda pernambucana Café Preto, projeto de Cannibal, DJ PI-R e Bruno Pedrosa, que mistura ragga, dub, funk e EDM, é a atração do domingo (25), também às 20h.
Programação infantil
A Fenelivro também tem atividades para as crianças, com opções de oficinas de dublagem/voz original, trilha sonora, animação e roteiro, desenho artístico, pintura e grafite, além de contações de histórias e espetáculos infantis. O Coletivo Teatro de Retalhos leva para a Fenelivro clássicos da literatura, como Moby Dick, Dom Casmurro e Hamlet em linguagem adaptada para o público infantil.
Circuito de de Feiras
A 6ª Fenelivro é uma das sete feiras que a Companhia Editora de Pernambuco promoverá dentro do circuito cultural até o fim deste ano. O calendário prevê ainda a II Feira Literária de Goiana (Fligo), em outubro; a IV Feira Literária do Sertão (Felis), a II Feira da Poesia do Pajeú e a Feira Miol(o)s Olinda, em novembro; a IV Feira da Literatura Infantojuvenil (Flitin) e a I Feira Literária de Vitória de Santo Antão, ambas em dezembro.
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Edição: Vanessa Gonzaga