A pandemia da covid-19 explicitou a fome que já assolava os povos do campo, da cidade, das florestas e das águas. São 117 milhões de brasileiros que não têm acesso pleno e permanente à comida, de acordo com Rede Penssan.
Neste contexto de crise emergencial, movimentos populares e ONG's têm promovido o debate e a alimentação através de ações solidárias em todo o país.
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Em abril deste ano, a Frente Nacional Contra a Fome e a Sede surgiu como espaço de educação e organização popular que pretende combater a fome de forma estrutural e emergencial, construindo permanente ações de elaboração, convergência, organização e incidência política.
Com a proposta de estabelecer um Projeto Popular para o Brasil, baseado em princípios como a democracia, sustentabilidade, desenvolvimento, soberania, solidariedade, feminismo e igualdade étino-racial, a frente é uma resposta da sociedade civil, como explica Santiago Matos, do Movimento Brasil Popular, que também faz parte da frente.
“A Frente Nacional Contra a Fome e sede surge a partir das experiências dos movimentos e organizações sociais que há muito tempo desenvolvem ações concretas no enfrentamento e no combate à fome e nesse período da pandemia evidenciou uma lacuna muito acentuada do avanço da fome no Brasil e que as atividades de solidariedade surgiram como uma forma de ação dessas organizações e atendimento a esse público que estava nessa emergência, nessa crise acentuada nos territórios, nas comunidades, que é a falta de alimentação, a falta do acesso à alimentação”.
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Junto com o apoio e articulação dos Comitês Populares Contra a Fome, das Cozinhas Solidárias e Comunitárias, articuladas pela sociedade civil em todo o Brasil, essencialmente nas periferias, a frente tem realizado doações em todo o país. No último dia 3 de setembro, ações da Frente Nacional Contra a Fome e a Sede aconteceram em todo o país.
No Nordeste, os estados de Pernambuco, Alagoas, Bahia e Maranhão foram sede da solidariedade e de discussões que debateram a pauta do direito à alimentação saudável.
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De acordo com Santiago, “cada organização contribuiu de uma forma. Contribuímos pelo GT de Comunicação um material para fomentar os debates nas diversas formas. Os debates foram promovidos dentro de cada organização com o público atendido, dentro dos comitês populares de luta que se organizam agora para o período eleitoral, com a sociedade em geral fazendo panfletagem e as ações se deram com entregas de alimentos pelo serviço dos movimentos que já desenvolviam essas atividades e pelos comitês populares e movimentos sociais”.
Além das ações, a frente está realizando a campanha “Eu voto contra a fome e a sede” que pretende conscientizar a população sobre a eleição de parlamentares que tenham, na construção do seu mandato, uma relação com as políticas públicas e com o combate à fome.
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Edição: Vanessa Gonzaga