Em inúmeras periferias do país, a Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias (RNBC) têm auxiliado crianças, jovens e adultos, na percepção dos seus sonhos. A rede é um movimento pela democratização do acesso ao livro, à leitura, à literatura e às bibliotecas sob a perspectiva da leitura como direito humano. Assista:
Desde o seu nascimento, em março de 2015, a rede busca dar amplitude nacional a organização das bibliotecas comunitárias em redes locais. Essas redes conectam pessoas e instituições de forma horizontal para cooperar com uma causa comum, a educação. Além disso, interligam espaços de um mesmo território ou local para garantir o direito à leitura, através da troca de saberes, experiências e de ações e atividades coletivas.
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Em São Luís do Maranhão, no bairro Coroadinho, a quarta maior favela da América Latina, a rede ocupou a periferia e além de garantir um mar de histórias, agora é também um polo cultural. É o que explica Wandeth Cunha, a coordenadora da Biblioteca Comunitária Semente Literária, que faz parte da Rede Ilha Literária do Maranhão.
“São comunidades que não tem equipamentos culturais, tem uma ausência muito grande de equipamentos culturais, a biblioteca nesses espaços servia de teatro, espaços que tinham aula de dança e tudo isso casado com a literatura. Esse espaço, que chamamos de “Menina dos olhos” da instituição, é uma válvula de escape mesmo dentro da comunidade, porque as crianças, no contraturno da escola, estavam na biblioteca e eles tinham, além da leitura, esse trabalho com as outras artes”.
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As Bibliotecas Comunitárias funcionam como um espaço de incentivo à leitura que entrelaça saberes da educação e da cultura. Muitas delas nascem por iniciativa das comunidades e são gerenciadas por elas. Mesmo quando não surge com a iniciativa da comunidade, deve atendê-la e incluí-la nos processos de planejamento e gestão.
Mas, mesmo com os livros dispostos para acesso, algumas pessoas não são familiarizadas com o espaço. Por isso, é importante o papel do mediador. Narlize Costa faz a mediação de leitura na Biblioteca Comunitária Semente Literária, no Coroadinho. Para ela, aproximar o leitor é dar vida a biblioteca.
“A biblioteca só se torna viva quando se tem pessoas, quando se tem gente para conversar, para falar sobre, para vivenciar aquilo. E o papel do mediador, é ser o facilitador, às vezes, algumas pessoas estavam dizendo que os adultos têm uma dificuldade muito grande de adentrar na biblioteca. Então eu entro como a pessoa que propõe estratégias para que o adulto se aproxime mais, como rodas de conversa”, explicou Narlize.
A rede nacional conta atualmente com 11 redes locais e 119 Bibliotecas Comunitárias em 23 cidades do país. Só na região Nordeste, são mais de 50 Bibliotecas Comunitárias cadastradas totalizando um acervo de 160 mil livros que pode crescer ainda mais.
Para doações de livros de literatura, basta buscar uma Biblioteca Comunitária ou entrar em contato através das redes sociais @redenacionalb.
Edição: Vanessa Gonzaga