Nesta sexta (14), a caminhada com o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levou milhares de pessoas às ruas da capital pernambucana. Ao lado de Marília Arraes (Solidariedade), candidata ao Governo do Estado, o presidenciável passou pela principais ruas do centro da cidade do Recife.
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Após a caminhada que iniciou no Parque 13 de Maio, Lula discursou para a multidão no Pátio do Carmo e falou das políticas de acesso à renda, da expansão das universidades federais no Nordeste e da urgência de combater a fome: "Não posso aceitar a ideia de que hoje 33 milhões passam fome", disse.
O clima era de unidade no palanque, que reuniu, além dos candidatos, o prefeito do Recife João Campos (PSB), o ex-candidato ao governo Jones Manoel (PCB), a deputada estadual Dani Portela (PSOL), a vice-governadora do estado Luciana Santos (PCdoB), além de parlamentares de outros estados, como Paulinho da Força (SD-SP) e os senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Marília afirmou que o palanque "é das forças da democracia e progressistas que honram a democracia e a história de Pernambuco".
Também estavam presentes os petistas Humberto Costa, senador de Pernambuco, o deputado federal Carlos Veras, o deputado estadual Doriel Barros, a deputada estadual eleita Rosa Amorim e diversos outros políticos do estado.
Foco no eleitorado feminino e nordestino
Boa parte do discurso foi direcionada às mulheres, onde o presidenciável falou das políticas do seu governo voltadas à elas e afirmou que, por serem 52% da população, as mulheres podem sozinhas decidir as eleições. "Não adianta só dizer que as mulheres são maioria. A gente quer mais do que isso. A gente tem que dizer que vamos ser muito duros no combate á violência contra a mulher. Nós vamos começar fazendo uma regulamentação de uma lei que está na Câmara que garante à mulher que ocupa a mesma função que um homem o mesmo salário", afirmou.
A vinda do ex-presidente e Lula (PT) acontece um dia após a visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) à capital pernambucana, que realizou um ato para cerca de 300 pessoas no bairro de Boa Viagem. A expectativa para a vinda do petista é bem diferente, já que a região se posiciona como reduto de Lula na preferência eleitoral.
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Sobre o ato do seu adversário na quinta (13), Lula disse que Bolsonaro fez "um ato mixuruca" e disse que o candidato do PL precisa respeitar o Nordeste. "Quem tiver uma gota de sangue nordestino não pode votar em Bolsonaro. Ele tem que aprender a respeitar o Nordeste. Tem que respeitar nossa história porque quando nem se pensava em independência no Brasil, em 1817, esse estado fez uma revolução", disse, se referindo à Revolução Pernambucana. Ainda falando do peso da região nas eleições, ele falou: "saio daqui orgulhoso, saio daqui mais Pernambucano do que eu já era", fala aclamada pelo público do ato.
Marília: "A virada começou hoje"
Finalmente com Lula em seu palanque, Marília Arraes falou da importância do apoio de Lula e atacou a decisão da adversária Raquel Lyra (PSDB), que decidiu não se posicionar na disputa presidencial. "Nesse momento da história do Brasil é de uma irresponsabilidade sem tamanho dizer que tanto faz. É de uma irresponsabilidade histórica com o Brasil, contra o povo mais pobre. É por isso que estamos unindo Pernambuco contra as forças mais conservadoras que estão tentando dizer que tanto faz qualquer presidente".
No atual cenário, a construção dos palanques nos estados para o segundo turno é algo importante. Lula e o PT oficializaram apoio à Marília Arraes na semana passada. Já o presidente Jair Bolsonaro tem tentado costurar aliança com a candidata ao governo do estado pelo PSDB, Raquel Lyra, mas sem sucesso até agora. Raquel Lyra chegou a declarar que não vai publicizar seu voto, mas também afirmou em suas redes sociais que não é "Fora Bolsonaro" e que sua prioridade é a construção no estado.
Apesar da tentativa de colar sua imagem à Lula, que teve no 1º turno 65% dos votos no estado, Marília está atrás nas pesquisas do 2º turno. A última pesquisa IPEC, divulgada na terça (11), aponta que Raquel Lyra tem 54% dos votos válidos, enquanto Marília tem 46%. Após a caminhada em clima de vitória, Marília foi enfática e afirmou que "a virada começou hoje" e conclamou o petista: "presidente Lula, traga de volta o brasil para os brasileiros!".
"Vamos enterrar de vez o bolsonarismo"
O ato ficou marcado pela presença de famílias inteiras, crianças e idosos. Anália Adriano foi uma das que foi junto da família para o ato e fala do motivo de levar sua filha: "a gente precisa tirar esse governo que está aí. Estamos aqui compondo essa festa linda, trouxe minha família, minha filha, porque temos que começar de pequeno para que não tenhamos adultos falando que não gostam de política e que São 'neutros'", critica.
A jovem Melka Pinto explica o que a levou ás ruas nessa sexta "O sentimento de esperança, de mostrar nas rua que o povo pernambucano está com Lula e que vamos vencer o segundo turno com uma grande vitória e vamos enterrar de vez o bolsonarismo, o neofascismo e toda essa violência política que a gente vive hoje", afirmou.
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Edição: Vanessa Gonzaga