Pernambuco

contra o desmonte

Em Pernambuco, estudantes fazem ato contra os cortes na educação feitos pelo governo Bolsonaro

Mobilização é organizada pela União Nacional dos Estudantes e acontece em mais de 100 cidades brasileiras

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Atos organizados pelos estudantes denunciam situação da educação pública e das universidades federais durante o governo Bolsonaro - Júlia Vasconcelos/Brasil de Fato PE

Nesta terça-feira (18), aconteceu no Recife a mobilização nacional pela educação brasileira. A ação puxada pela União Nacional dos Estudantes (UNE) acontece em mais de 100 cidades para denunciar o desmonte da educação pública em todos os níveis durante o governo Bolsonaro, com os sucessivos cortes orçamentários no Ministério da Educação (MEC) e no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O ato aconteceu na praça do Derby, zona central da capital.


Ato contra desmonte das universidades aconteceu na Praça do Derby, centro do Recife / Elen Carvalho/Brasil de Fato Pernambuco

Cerca de 200 pessoas estiveram presentes na manifestação, além da participação expressiva de diversas organizações do movimento estudantil, partidos políticos e sindicatos de professores e profissionais de educação. Isa Sena, vice-presidente do DCE da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), militante do Levante Popular da Juventude e diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE) afirma que o funcionamento pleno das universidades depende do fim da gestão Bolsonaro. "A gente está aqui reafirmando a nossa posição e gritando fora Bolsonaro porque só tirando esse homem da presidência é que vamos fazer com que as universidades voltem a funcionar plenamente", diz.

Leia: Mesmo sem confisco, universidades tem dificuldades para continuar funcionando em Pernambuco

Ela exemplifica como os cortes sucessivos já afetam o dia a dia da UFPE. "A gente teve diversas perdas, mais de 100 profissionais terceirizados foram demitidos e tivemos um apagão na universidade. Isso é um pouco do descaso que vem acontecendo nas universidades, que não é só aqui. Estamos sem bolsa, sem água na torneira, sem dinheiro para pagar a conta de luz. Esse é o projeto de Bolsonaro", afirma Isa. 

Uma das entidades presentes no ato foi a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), que reúne mais de 50 sindicatos de todo o país que representam os trabalhadores da educação. Heleno Araújo, presidente da CNTE, ressalta o caráter unitário da manifestação. "A unidade de todos os segmentos da comunidade escolar e acadêmica é importante nesse momento de ataques profundos à educação brasileira. Vem sendo atacada da creche à pós graduação no governo Bolsonaro. Queremos nossas universidades e IF's funcionando bem para atender as demandas da nossa juventude e do povo, por isso estamos juntos dessa luta", afirma.

Atos no interior

Uma das cidades do interior do estado que também teve manifestações foi Petrolina, no sertão. A cidade, que conta com campus da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), além da Universidade de Pernambuco (UPE), e diversas instituições privadas é um polo universitário.


Estudantes da Univasf, em Petrolina, se preparam para manifestação deste 18 de outubro / Vitor Jurema

Bruna Barbosa, estudante da Univasf, fala como a rotina da federal vem sendo prejudicada "Quando a gente vê um cenário de corte e sucateamento, a gente está vivendo em uma situação de insalubridade dentro da Univasf, desde o reitor interventor até os cortes na assistência estudantil que fizeram com que estudantes abandonassem a universidade. Nos levantamos contra esse governo que tira da educação e da saúde para investir em orçamento secreto", afirma.

Em Petrolina, o ato aconteceu na Praça do Bambuzinho, mas reuniu também estudantes da vizinha cidade de Juazeiro (BA), que sedia campi de instituições de ensino federal, estadual e privadas.

Mobilização Nacional

No último dia 05, o governo anunciou cortes no MEC da ordem de R$ 2,4 bilhões, com impactos diretos sobre os cofres da rede, capazes de inviabilizar o funcionamento de universidades e institutos. A denúncia é que o corte seria para abastecer o chamado “orçamento secreto”. Após a pressão dos estudantes, o ministro da Educação, Victor Godoy, disse dois dias depois que o orçamento das universidades e institutos federais seria liberado. 

Edição: Vanessa Gonzaga