O Nordeste está entrando no período do ano em que enfrenta maiores temperaturas e menores chances de chuva. Os picos de temperatura e a já esperada falta de chuva, somados aos problemas sociais que a população local já enfrenta faz com que a rotina seja difícil para muitas comunidades no Semiárido.
Para ajudar a matar a sede das famílias, instituições têm praticado a solidariedade na doação de água e construção de cisternas em algumas cidades no interior do Piauí. É o caso do Instituto Luss, uma ONG que possui iniciativas de construção de cisternas, segurança alimentar e geração de renda.
A convivência com o Semiárido
Segundo o Monitor de Secas, feito pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, entre os meses de julho e agosto deste ano, 52% do território piauiense apresentou áreas com seca, o que não ocorria desde novembro de 2021. O estado é o 10º com maior área nesta condição, com cerca de 44 municípios em situação de emergência, de acordo com a Defesa Civil.
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Guto Oliveira, presidente da ONG, acredita que o trabalho desenvolvido pelo Instituto Luss busca trazer independência, autonomia e dignidade para as comunidades do Piauí em três etapas.
“A primeira é acesso a água. A gente constrói cisternas para todas as casas. Também construímos poços e escavamos barreiras. Essa é a parte da segurança hídrica. Depois que a gente instala esse sistema hídrico resiliente, de acesso à água, a gente avança para uma segunda etapa, que é a segurança alimentar, onde a gente trabalha a implementação de hortas agroflorestais adaptadas ao Semiárido o e a última etapa desse trabalho é o desenvolvimento econômico, a ativação econômica da comunidade, ou seja, qual vocação ela tem para uma atividade de geração de renda”, destaca.
O voluntariado
Apenas em 2022 foram entregues 100 cisternas para as famílias localizadas nas comunidades de Nova Jerusalém, Serra dos Gringos, Baixão da Serra, Serra Nova, Balancete, Vistosa, Rompe Gibão e Boi Morto, dentro do Quilombo Lagoas, no Piauí, todas construídas a partir do trabalho voluntário.
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Segundo Marcelo Sousa, coordenador do voluntariado da ONG, são formadas equipes que vão até o Piauí ajudar na construção das cisternas. “O impacto nas pessoas da comunidade, a convivência, a conversa, o abraço, o sorriso; isso faz uma diferença tão importante quanto a construção da cisterna. Então, as turmas de voluntariado são importantes pelo respeito pelas pessoas, é o acolhimento, de dizer ‘estou te vendo’; nesse trabalho voluntário, é o que mais impacta as pessoas”, afirma.
Conheça a iniciativa
A solidariedade que ajuda a mudar a história das secas. Para conhecer o instituto, fazer uma doação e se tornar um voluntário, clique aqui.
Edição: Vanessa Gonzaga