Na última quinta-feira (15), aconteceu em Petrolina, sertão de Pernambuco, a audiência de instrução e julgamento do acusado de assassinar a menina Beatriz Angelica Mota, em 2015. Na sessão, que durou cerca de uma hora, houve a escuta da última testemunha do caso. O réu usou seu direito de permanecer em silêncio.
A sessão ocorreu na Vara do Tribunal do Júri de Petrolina, presidida pela juíza Elane Brandão. A última testemunha devia ter sido interrogada na última audiência, que aconteceu 23 de novembro. Contudo, este não compareceu ao Fórum. A defesa do réu, Marcelo da Silva, 40 anos, insistiu na escuta da testemunha, um homem em situação de rua, o que alargou o processo. Desta vez, ele, por fim, foi interrogado.
O réu, contudo, ficou em silêncio durante o julgamento, seguindo a orientação da defesa técnica. A atitude já era esperada. "Ele ficou em silencio porque ele sabe da barbaridade, da crueldade que ele fez com a vida de Beatriz", foi o que disse Lucinha Mota, mãe da criança, nas redes sociais do Caso Beatriz. Ela e a família garantem ter certeza da condenação de Marcelo.
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De novembro para cá, foram ouvidas ao todo 15 testemunhas: oito da acusação, duas apresentadas pelo Ministério Público e cinco pela defesa.
Ainda não foi decidido, no entanto, quando e se o réu irá ao júri popular. Após a audiência, a defesa de Marcelo pediu vistas dos autos para se manifestar no prazo de 48 horas e requerer diligências. Somente após a realização das diligências solicitadas pela defesa e a manifestação das partes, como Ministério Público, assistente de acusação e defesa, é que ocorrerá a decisão sobre o júri.
"Há grande expectativa de que a juíza pronuncie o acusado por entender estarem presentes elementos suficientes que apontem a autoria do crime", afirma a advogada criminalista Clarissa Nunes.
O crime
O Caso Beatriz teve início sete anos atrás, em 2015, quando a menina de 7 anos, Beatriz Angélica Mota, foi encontrada morta dentro de uma escola particular em Petrolina, no sertão de Pernambuco, o Colégio Nossa Senhora Mª Auxiliadora.
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O laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta que foram 42 golpes de faca na criança, que foi encontrada em um depósito de materiais esportivos na escola. Tudo aconteceu durante a festa de formatura da irmã da criança, que estava com a família. Após todo esse tempo e diversas linhas de investigação, Marcelo da Silva confessou o crime, mas logo depois escreveu uma carta em que nega ter sido o autor.
Edição: Elen Carvalho