Nos últimos anos, a batata-doce biofortificada tem sido considerada uma cultura promissora para melhorar a segurança alimentar e nutricional das populações mais vulneráveis em diversas regiões. No sertão de Pernambuco, esse alimento milenar tem sido usado como estratégia para combater a pobreza extrema. As ações fazem parte do projeto "Nas Ramas da Esperança", criado em 2010 por professores do Instituto Federal do Sertão, em Petrolina.
O projeto tem como objetivo fornecer sementes e assistência técnica aos agricultores locais para cultivar a batata-doce biofortificada, a fim de aumentar a renda e melhorar a qualidade de vida das populações mais carentes.
Segundo o professor Erbs Cintra, coordenador do projeto, essa é uma estratégia para fortalecer a agricultura familiar. “A gente busca a superação da fome oculta. As famílias podem se alimentar de uma quantidade de determinado alimento e não adquirir nessa alimentação o quantitativo de nutrientes ideal para o crescimento e desenvolvimento. E esse alimento biofortificado é um alimento enriquecido com vitaminas e minerais e vem justamente para preencher essas lacunas, porque ele traz uma composição maior de ferro, zinco e, principalmente, vitamina A, que é uma das principais carências na dieta alimentar da nossa região”, afirmou.
Essa variedade da batata-doce tem um valor nutricional maior do que as variedades convencionais, tornando seu consumo uma importante alternativa para melhorar a segurança alimentar e nutricional de populações vulneráveis.
Em 2021, mais de 100 mil ramas de batata-doce biofortificada foram distribuídas aos agricultores da região, contribuindo para o aumento da produção local de alimentos nutritivos e a melhoria da segurança alimentar das famílias envolvidas.
Para a agricultora Marlene Conceição, de Petrolina/PE, o uso da batata-doce biofortificada como estratégia de redução da pobreza tem dado certo. "Antes, a gente não tinha muita opção de alimento. Agora, com essa batata-doce, temos uma opção muito boa para alimentação e para venda", conta.
A variedade da batata-doce foi desenvolvida pela Embrapa Hortaliças e é mais resistente à falta de água do que as variedades convencionais, o que torna o seu cultivo mais adaptado às condições climáticas da região. “A gente desenvolve avaliando o ciclo da cultura, se ela é de 100 dias, de 120, 150, 180; a demanda por irrigação; qual intervalo de irrigação que ela vai suportar; a produtividade média dessas culturas. Por exemplo, a CIT-BRS-NUTS é uma variedade nova que começamos a desenvolver testes no ano passado e é a variedade que mais atrai atenção das comunidades por aqui”, disse o professor.
O uso da batata-doce biortificada tem funcionado como estratégia redução da pobreza e fome. Com o projeto em andamento, só resta esperar que a produção continue crescendo e contribuindo para melhorar a vida das populações mais vulneráveis.
Edição: Elen Carvalho