Pernambuco

TECNOLOGIAS SOCIAIS

Com objetivo de conscientizar sobre a convivência com o Semiárido, CEPFS completa 38 anos

O Centro de Educação Popular e Formação Social atua na capacitação técnica de agricultores e agricultoras familiares

Brasil de Fato | Recife (PE) |

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Desde a fundação, mais de 90 mil famílias participaram dos processos formativos voltados à convivência com o Semiárido do CEPFS - Divulgação/CEFPS

Há quase quatro décadas, o Centro de Educação Popular e Formação Social tem trabalhado para promover soluções e melhorar a qualidade de vida das comunidades e famílias do semiárido paraibano. Fundada em 1985, a ONG concentra seus esforços no desenvolvimento sustentável da agricultura familiar na região, buscando alternativas viáveis ​​para a convivência com a realidade local. Assista:

José Dias, coordenador executivo da organização, relembra o período de construção da entidade. “O CEPFS surgiu com o propósito de fortalecer a agricultura familiar e ao longo do tempo foi trabalhando no ponto de vista de formação, mas a partir de 1994 passou a trabalhar com tecnologias sociais para materializar aquilo que vinha sendo trabalhado no ponto de vista da formação, como um testemunho de que é possível viver no semiárido quando se tem tecnologias sociais para melhorar a qualidade de vida, sobretudo na parte da captação e manejo de água das chuvas”, diz o coordenador.

Desde sua fundação, mais de 90 mil famílias participaram dos processos formativos do CEPFS e cerca de 3 mil cisternas foram  construídas com auxílio do centro. Através de diferentes programas e tecnologias sociais inovadoras, a organização capacita agricultores e agricultoras familiares, ajudando na produção mesmo durante períodos de estiagem, garantindo segurança alimentar e fortalecendo as comunidades.

Compartilhado saberes 

Com uma abordagem especializada, o CEPFS adota duas áreas principais de atuação: o primeiro eixo é baseado no meio ambiente e desenvolvimento sustentável, com a aplicação de tecnologias sociais e o segundo eixo é o fortalecimento e desenvolvimento comunitário, onde a organização promove o protagonismo de agricultores e agricultoras familiares, envolvendo as comunidades nas decisões que afetam suas vidas. 

O agricultor Otaciano Cavalcanti é um desses exemplos. “Antigamente eu tinha vontade de plantar um canteirinho assim. Ia plantar lá no açude no período que tivesse água e hoje eu tô produzindo aqui no quintal de casa, né? Estamos aprendendo a conviver com a seca, né? Porque se a gente não aprender a conviver com ela a gente vai sofrer cada dia mais”, compartilha o agricultor.

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A prática tem ajudado os agricultores a perceber a potencialidade do semiárido, afirma José Dias. “Na medida em que elas têm água, elas começam a perceber que têm condições e saberes. E esses saberes quando são trocados, compartilhados uns com os outros, passa a ser um novo saber, ou seja, um conhecimento mais aprofundado das possibilidades de viver na região semiárida entendendo que é possível trabalhar a partir das ofertas que a própria natureza oferece”, explica.

Mesmo com o impacto do trabalho do centro nesses 38 anos, a entidade compreende que o seu trabalho possui limitações, mas que também é principalmente uma forma de propor e mostrar a viabilidade das ações. “Claro que isso que é trabalhado é como uma referência pras políticas públicas. A gente entende que pra um atendimento mais massivo é importante que essas referências trabalhadas pelas ONGS constituam políticas públicas de estado para o atendimento massivo da população”, aponta o coordenador.

Com o compromisso de transformar realidades, o CEPFS desempenha há 38 anos um papel importante na busca de soluções para o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar no semiárido paraibano. Para conhecer o trabalho do Centro de Educação Popular e Formação Social acesse o site: cepfs.org.br.

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Edição: Vanessa Gonzaga