Há quatro décadas, o Centro das Mulheres do Cabo, na Região Metropolitana do Recife, executa um trabalho voltado à capacitação de meninas, adolescentes e mulheres sobre as questões de gênero. Assista:
Izabel dos Santos é coordenadora geral do centro e explica as três linhas de atuação do ONG: “Nós temos três linhas de atuação. Nós trabalhamos com uma linha que é do “Mulher e Poder”, que a gente tem trabalhado a questão do empoderamento das mulheres através de curso e um carro-chefe dos nossos cursos é a Escola Feminista de Formação Política, que a gente faz formação de lideranças para o enfrentamento da violência e também para a ocupação do espaço de poder. Uma outra linha de ação é o empoderamento de meninas e de jovens”, explica Izabel.
Além de ações de formação, o centro também atua pautando o direito à comunicação, como explica a coordenadora da ONG. “A gente tem um trabalho muito forte na comunicação via rádio. Nós temos um programa de rádio chamado rádio mulher que vai ao ar de segunda a sexta-feira, através de uma rádio comunitária aqui do Cabo e também ele é transmitido pelas nossas redes sociais”.
O trabalho a longo prazo rende frutos e muitas meninas que foram público-alvo das ações do Centro de Mulheres do Cabo passa a integrar a ONG. É o caso da jovem Iasmin dos Santos, que tem 16 anos e entrou no centro em 2021 no projeto “Escolas Seguras e Acolhedoras”.
Leia: Fomentar o futebol feminino do Brasil é abrir espaço para os direitos das mulheres
Ela relembra qual o objetivo do projeto: “Tinha como finalidade juntar meninas na época da pandemia e perguntar se a escola estava segura, não só por causa da doença, mas por ela serem meninas. Se estava tudo certo, se estavam passando por alguma dificuldade” explica a jovem ativista.
O primeiro projeto que Iasmin participou terminou em novembro daquele ano e ela continuou fazendo parte das atividades do centro. Em maio, a organização proporcionou um momento bem especial para a adolescente: conhecer e conversar com a ativista paquistanesa Malala Yousafzai, que foi até a cidade do Cabo de Santo Agostinho.
Leia: Contribuição das mulheres negras na literatura é detaque no Prosa e Fato
Hoje, Iasmin integra o projeto “Meninas em Movimento pela Educação”, com parceria com a Rede Malala. “A gente começou o projeto há mais ou menos um ano e tem como finalidade lutar pela educação, para a gente começar a fazer parte de espaços públicos e políticos, e foi uma experiência incrível, abriu várias portas para mim.” afirma.
O envolvimento com a ONG foi tão decisivo que Iasmin pretende seguir na área dos direitos humanos. “Eu quero continuar na área. penso em fazer serviço social ou ciências políticas”, diz ela.
O Centro de Mulheres do Cabo atende hoje, direta e indiretamente, cerca de duas mil famílias. Para conhecer mais o centro e saber como ajudar financeiramente ou participar das atividades, acesse mulheresdocabo.org.br.
Leia também: Ministério dos Direitos Humanos quer revogar Lei da Alienação Parental
Edição: Vanessa Gonzaga