Pernambuco

SOLIDARIEDADE

Através da capoeira e do letramento digital, Instituto Cultural Bantu transforma realidade de jovens

As iniciativas do instituto fortalecem a comunidade e contribuem na redução da vulnerabilidade social

Brasil de Fato | Recife (PE) |
No instituto, a capoeira é uma ferramenta para transformar a realidade de crianças das comunidades - Divulgação

Com raízes profundas na história do Brasil, a capoeira tem suas origens nos tempos de escravidão e, ao longo dos anos, evoluiu para se tornar uma valiosa herança cultural que se espalhou pelo mundo. Assista:

Além de seu significado histórico e cultural, a capoeira também desempenha um papel importante em iniciativas sociais. Um exemplo de como essa dança continua ajudando vidas pretas é o trabalho do Instituto Cultural Bantu, de Vera Cruz, no litoral da Bahia.

No instituto, a capoeira é uma ferramenta para transformar a realidade de crianças das comunidades, como explica Mestre Roxinho, fundador do instituto. “O principal objetivo do instituto é possibilitar. Possibilitar o  acesso à informação a partir da cultura de matriz africana, possibilitar que se construa nesse espaço uma comunidade, uma relação de amizade, que nesse espaço tenha uma maior vontade de compreender que a educação também é uma possibilidade de empoderamento”.

Se hoje ela é uma ferramenta de sociabilidade, por muito tempo a capoeira foi uma forma de luta. Sua história remonta ao século XVI, quando africanos escravizados resistiram mantendo suas tradições culturais para terras brasileiras. Com a prática das lutas proibida, eles encontraram uma maneira engenhosa de manter viva sua herança através da capoeira, misturando luta e dança, que.com o passar do tempo,começou a ganhar legitimidade e reconhecimento.

A capoeira foi, por muito tempo, considerada crime no Brasil. A descriminalização da luta aconteceu em 1934 e a capoeira atualmente é considerada uma das principais manifestações culturais do país, além de ter se tornado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco em 2014.

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Mas não é a capoeira a única ferramenta do Instituto Cultural Bantu. Entre as atividades desenvolvidas no espaço está o projeto “Letramento Digital”, que oferece acesso à tecnologia a jovens  de 14 a 21 anos, quebrando a barreira da exclusão digital.

Roxinho aponta que o projeto é uma oportunidade para jovens da periferia “O letramento digital é um divisor de água porque nós somos aqueles que estamos à margem dessa sociedade ao acesso à tecnologia. Aqui na comunidade tem jovem de 20 anos que nunca sentou num computador, entende? Então isso é uma exclusão digital muito séria”. 

A iniciativa abre as portas para outras oportunidades. “A gente cria o letramento digital como uma possibilidade que eles precisam acessar essa informação que muitos estão acessando, eles precisam desenvolver esse conhecimento no qual é uma tecnologia que vai dar a eles avanço, emancipação, eles vão conseguir, culturalmente, olhar para um mundo diferente, vão conseguir apresentar para o mundo quem eles são”, aponta Roxinho.

Além disso, ações como o Projeto Bantu, o projeto Mulheres Candaces, o Bantu contra a Fome e o Jovem Multiplicador são outras iniciativas do instituto que fortalecem a comunidade e contribuem na redução da vulnerabilidade social. Mas para continuar as atividades, o instituto precisa de doações. Para conhecer o trabalho do Instituto Bantu e se tornar um doador acesse o site institutobantu.org.

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Edição: Vanessa Gonzaga