No Brasil da década 40 ainda acreditava-se que a fome era um fenômeno natural. Ou seja, que a sua origem estava ligada a causas naturais ou acidentes climáticos. Uma das primeiras elaborações a romper esse imaginário reforçado pelas elites sociais e econômicas e governos, foi do médico recifense Josué de Castro, a partir do seu livro "Geografia da Fome" (1946).
Na obra, Josué demarca que a fome não era um problema exclusivo do Recife ou do Brasil e deu visibilidade às diversas facetas do problema apontando a responsabilidade do Estado diante das desigualdades. Quase 30 anos após a sua morte, em 2004, seu trabalho foi utilizado para a implementação do Fome Zero.
Mas, apesar de Josué de Castro ser até hoje uma das principais referências nos estudos sobre o assunto e as políticas ligadas à questão terem avançado no Brasil nos últimos períodos, a fome ainda é uma realidade para milhares de brasileiras e brasileiros.
No programa de rádio Prosa e Fato desta semana, no ano em que marca os 50 anos da morte de Josué de Castro, o Brasil de Fato Pernambuco relembra a atualidade dos estudos do escritor e tenta entender como ela impacta nas políticas de combate à fome no Brasil. Foram entrevistados o historiador especialista na obra do médico recifense, Eduardo Castro, e o presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Pernambuco (CONSEA/PE), Regis de Assis.
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O Prosa e Fato é um programa de entrevistas que debate os mais diversos temas a partir de uma visão popular. Ele vai ao ar na Rádio Paulo Freire 820 AM todas as segundas, às 12h, na Rádio Brasil de Fato e também nas principais plataformas de streaming, como Spotify e Google Podcasts. Você também pode ouvir o programa dando play no áudio aqui da matéria.
Edição: Helena Dias