Pernambuco

CULTURA

Filme destaca importância das mulheres no Maracatu Leão Coroado, o mais antigo do Brasil

Pré-estreia de “Leoas” terá exibição gratuita nesta sexta (15), no Museu da Abolição, na capital pernambucana

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Documentário joga luz sobre papel fundamental das mulheres na sobrevivência do maracatu, apesar de serem invisibilizadas - Divulgação

O Museu da Abolição, no bairro da Madalena, Recife, exibe o longa-documentário “Leoas: o legado feminino no Maracatu Leão Coroado”, em sessão de pré-estreia na noite desta sexta-feira (15). O filme, que recebeu incentivo público estadual do Funcultura, joga luz sobre a contribuição e o protagonismo feminino na história dessa nação, hoje reconhecida como a mais antiga nação de maracatu em atividades ininterruptas no Brasil, além de Patrimônio Vivo de Pernambuco.

A sessão tem início às 19h e não será cobrado ingresso. Após o filme haverá uma conversa com as realizadoras do filme e as principais personagens do documentário.

Uma das realizadoras é Karen Aguiar, primeira mulher a assumir a regência do Leão Coroado. “É sobre reconhecer e valorizar a contribuição de várias mulheres, de diferentes gerações. É a nossa história, nossas vidas, contada por nós”, diz ela, que recebeu aos 18 anos a responsabilidade de reger o grupo.


Karen Aguiar é a primeira regente do Leão Coroado, tendo assumido o posto após a morte do seu avô e mestre Afonso Aguiar / Divulgação

A ideia inicial do filme era destacar Dona Janete Aguiar, costureira, administradora e Dama do Paço da Nação, por ela nunca ter tido o reconhecimento que teve seu marido, então mestre do Leão Coroado. Mas Janete faleceu antes que o filme pudesse ser realizado, forçando uma mudança, mas mantendo o objetivo de destacar a fundamental contribuição feminina ao longo dos quase 200 anos da nação.

Karen espera que o “Leoas” seja um ponto de mudança na forma que são feitos os registros dos saberes das nações de maracatu. “Que a gente passe a falar não só com os mestres, mas dê voz a outras pessoas que fazem a nação no dia a dia, a pessoa que costura, a que cozinha, as tocadoras”, diz ela, destacando que são tarefas fundamentais, realizadas por mulheres, mas muitas vezes invisibilizadas.

Fundado em 1863, no centro do Recife, pela comunidade negra e ex-escravizada, o maracatu de baque virado teve como liderança histórica o filho dele, o mestre Luiz de França entre 1950 e 1997. Com sua morte, a responsabilidade foi transmitida ao babalorixá Afonso Aguiar, que abrigou a nação no seu terreiro, no bairro de Águas Compridas, Olinda. Aguiar faleceu em 2018. Karen é sua neta.

Serviço:

Pré-estreia de “Leoas: o legado feminino no Maracatu Leão Coroado”.

Local: Museu da Abolição, bairro da Madalena, Recife.

Horário: 19h.

Entrada franca.

Edição: Vinícius Sobreira