Nesta quarta (10) a Câmara Federal decidiu, por 277 x 129 votos, manter a prisão preventiva de Chiquinho Brazão, deputado federal pelo Rio de Janeiro. Ele é apontado pela Polícia Federal como mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes, em 2018. Brazão foi detido no dia 24 de março por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar da maioria para mantê-lo preso, quatro deputados pernambucanos votaram pela soltura e outros seis preferiram não votar.
Na votação no plenário, entre os 25 deputados federais de Pernambuco, quatro deles (16%) foram favoráveis a soltar Chiquinho Brazão. Foram eles: André Ferreira (PL), Pastor Eurico (PL), Coronel Meira (PL) e Fernando Rodolfo (PL) - este último é pré-candidato a prefeito de Caruaru. Todos são bolsonaristas.
Outros seis (24%) representantes de Pernambuco em Brasília optaram por não se comprometer votando pela soltura, mas também não votaram pela prisão. Preferiram se abster. São eles Mendonça Filho (União Brasil), Luciano Bivar (União Brasil), Eduardo da Fonte (PP), Lula da Fonte (PP), Waldemar Oliveira (Avante) e a pré-candidata à prefeitura de Jaboatão, Clarissa Tércio (PP).
Os demais 15 deputados federais pernambucanos votaram para manter a prisão de Chiquinho Brazão. São eles: Carlos Veras (PT), Túlio Gadêlha (Rede), Renildo Calheiros (PCdoB), Clodoaldo Magalhães (PV), Maria Arraes (Solidariedade), Pedro Campos (PSB), Lucas Ramos (PSB), Eriberto Medeiros (PSB), Guilherme Uchôa (PSB), Felipe Carreras (PSB), Iza Arruda (MDB), Augusto Coutinho (REP), Ossésio Silva (REP) e Fernando Bezerra Coelho Filho (União Brasil).
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Antes de ir ao plenário, o tema foi votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal. Quatro pernambucanos integram essa comissão - Renildo Calheiros (PCdoB), Maria Arraes (Solidariedade), Pedro Campos (PSB) e Waldemar Oliveira (Avante) - e todos foram favoráveis ao relatório pedindo que a prisão fosse mantida.
É ruim, mas tem pior
Apesar do elevado número (40%) de parlamentares de Pernambuco não-favoráveis à prisão de Chiquinho Brazão, o estado na verdade foi um dos que alcançaram maior índice pró-prisão (60%), sendo o 10º mais alto entre as bancadas federais, segundo levantamento do Congresso em Foco. Rondônia (75%), Maranhão (72%) e São Paulo (67%) tiveram as bancadas mais favoráveis a mantê-lo detido.
Apenas 12 dos 27 estados tiveram maioria para mantê-lo em cárcere, enquanto 5 estados tiveram empate e 10 estados tiveram maioria pela soltura do parlamentar. A lista de estados cujas bancadas não foram favoráveis à prisão é puxada pela região Centro-Oeste, com Distrito Federal (25%), Tocantins (25%), Goiás (35%) e Mato Grosso (38%), seguido por Roraima (38%) e pelos nordestinos Sergipe (38%) e Paraíba (42%). A lista segue com Rio de Janeiro (39%), Minas Gerais (43%) e Santa Catarina (44%).
Edição: Helena Dias