Pernambuco

DIREITOS HUMANOS

Governo Lula volta a distribuir cisternas no semiárido após anos de abandono

Programa Um Milhão de Cisternas tem garantido alguma autonomia das famílias em relação ao armazenamento de água potável

Brasil de Fato | Recife (PE) |
A retomada do programa cisternas, iniciativa da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), marca o retorno da política pública de convivência com o Semiárido brasileiro. - Acervo IAC

Após anos de espera, a agricultora Glauciane Magalhães comemora a construção de sua cisterna de primeira água, recebida através do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC). Moradores da zona rural de Senador Pompeu, no Sertão cearense, a família recebeu o primeiro equipamento entregue neste terceiro governo Lula, que retomou o programa após anos de sucateamento.

Famílias como a de Glauciane, que dependiam da compra de água por caminhões-pipa, são contempladas com cisternas de consumo com capacidade para 16 mil litros, fornecendo água potável para beber e cozinhar, garantindo a saúde e o bem-estar da família.

Ao longo de 20 anos, o programa teve uma média de aproximadamente 50 mil cisternas construídas ao ano. O auge do P1MC foi em 2014, quando foram distribuídas 150 mil cisternas, mas chegou ao ponto mais baixo no último ano do governo Bolsonaro, em 2022, com apenas 3 mil unidades entregues.  

Nesta retomada já foram entregues 253 cisternas no Ceará, onde o P1MC tem sido executado pelo Instituto Antônio Conselheiro, com sede em Quixeramobim. Segundo Ricardo Vasconcelos, coordenador técnico do IAC, a entidade planeja construir outras 770 cisternas no interior do estado.

Segundo a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), até o momento 77 municípios foram atendidos na retomada do programa, que entregou 2,8 mil cisternas em 10 estados.

Criado em 1999 pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), o Programa Um Milhão de Cisternas e recebe financiamento do Governo Federal desde 2003. As ongs que integram a ASA mapeiam as famílias e contribuem tecnicamente na construção das cisternas e no treinamento para o uso eficiente da água armazenada.

Com mais de 1 milhão de cisternas construídas nos 1.262 municípios do semiárido brasileiro, o programa contribui com a segurança hídrica de milhares de famílias rurais de baixa renda, suprindo quase metade da demanda da região, que abrange nove estados do Nordeste e parte do Norte de Minas Gerais.


O IAC já implementou mais de 17 mil cisternas de água para consumo humano e mais de 2 mil para produção de alimento. / Acervo IAC

Edição: Vinícius Sobreira