Pernambuco

EDUCAÇÃO

Em três meses, governo Lula anuncia obras para gerar 11 mil novas vagas em cursos técnicos e superiores em Pernambuco

Investimento é de R$750 milhões no estado, para novas unidades do IFPE, IFSertão e um novo campus da UFPE em Sertânia

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Lula durante entrega de medalhas da Olimpíada Brasileira de Matemática, no Instituto Brasileiro de Matemática Pura e Aplicada (RJ) - Ricardo Stuckert/Presidência da República

Na última segunda-feira (10), o presidente Lula anunciou a construção de um novo campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no município de Sertânia, região do Sertão do Moxotó. Três meses antes, no dia 12 de março, ele e o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), anunciaram a construção de seis novos campi de Institutos Federais no estado.

As vagas dos seis campis de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia e a ampliação da UFPE para Sertânia devem produzir 11,2 mil novas vagas anuais nos ensinos técnico e superior no estado, quando as obras estiverem concluídas. O investimento somado nessas construções é de R$750 milhões.

O campus de Sertânia da UFPE deve ofertar aproximadamente 2.800 vagas anuais em seis cursos de nível superior, além de 388 vagas de emprego direto, através de concurso a ser realizado em 2025 ou 2026. Este é o quarto campus da universidade, que está presente no Recife, Caruaru e Vitória de Santo Antão.

Ângelo Rafael (PSB), prefeito de Sertânia, comemorou a conquista. “É uma felicidade grande e quero agradecer a todos os que lutaram por isso”, diz ele, citando os senadores petistas Teresa Leitão e Humberto Costa, os deputados federais Carlos Veras (PT) e Pedro Campos (PSB), além do ex-deputado Gonzaga Patriota (PSB) e do estadual Diogo Moraes (PSB). “Mas a participação mais importante, abaixo apenas do presidente Lula, é a do reitor Alfredo Gomes”, pontuou o prefeito.

Ângelo Rafael informou que o terreno para a construção do campus será doado pela prefeitura e destacou que o município será um polo para estudantes que vivem em municípios vizinhos, como Arcoverde e mesmo municípios paraibanos.

A senadora Teresa Leitão (PT) destacou o trabalho de um grupo formado por professores da UFPE e da rede estadual em Sertânia. Eles elaboraram o projeto para expandir a universidade para o município sertanejo. “Estou muito feliz. Essa iniciativa nasceu do sonho de um grupo de educadores. Esse grupo me procurou em 2023, cultivamos a ideia, eles aprimoraram o projeto e agora devo parabenizar vocês que acreditaram”, exaltou a petista, que é também professora. “Esse núcleo de educadores trabalha muito por Sertânia”, completou ela, parabenizando ainda o prefeito e o reitor.


Sertânia tem 32,9 mil habitantes e a economia local depende principalmente dos recursos públicos injetados pela Prefeitura, que aquecem o setor de comércio e serviços / Prefeitura de Sertânia/reprodução

A unidade de Vitória também tem o que comemorar no pacote de obras, já que o campus vai ganhar a quarta etapa, com mais salas de aula e laboratórios. Uma terceira conquista da UFPE é a Escola de Música, que será erguida no campus Recife, em terreno ao lado do Restaurante Universitário e em frente à Praça das Humanidades - em construção no antigo estacionamento frontal ao Centro de Educação.

O investimento na unidade de Sertânia é estimado em R$ 60 milhões. As obras mencionadas estão no pacote apelidado de “PAC das Universidades”, uma linha do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com recursos para obras de infraestrutura nas instituições de ensino superior e hospitais universitários. Este ano o montante foi de R$ 5,5 bilhões, distribuídos para 69 universidades e institutos federais.

Os números incluem a construção de 10 novos campi, que devem apliar em cerca de 28 mil as vagas de nível superior no país. Os recursos também serão destinados à construção de oito hospitais universitários e outros 23 que passarão por obras.

O reitor Alfredo Gomes celebrou as três obras da UFPE contempladas no pacote. “A UFPE está contente. Vamos aprofundar a nossa presença no estado e saldar essas dívidas que temos com a comunidade universitária, especialmente a de Vitória e a de Música”, disse Gomes. Também foram anunciados recursos para a recomposição das verbas de custeio do funcionamento das universidades. “Após anos sem investimentos em universidades, temos novamente diálogo com o Governo Federal e a retomada de obras”, comemora o reitor.

Institutos Federais

As seis unidades de Institutos Federais, anunciadas em março, são cinco do IFPE, nos municípios do Recife, Goiana, Bezerros, Santa Cruz do Capibaribe e Águas Belas; e um novo campus do IF Sertão, em Araripina. Com a ampliação, o IFPE, hoje com 16 campi, chegará a 22; já o IF Sertão amplia de oito para nove unidades. O campus do Recife, segundo o prefeito João Campos (PSB), funcionará no tradicional Edfício Trianon, onde esteve a Uninabuco/Uninassau nos últimos anos, em frente aos Correios da avenida Guararapes.

O investimento nos campi de IFs de Pernambuco foi de R$150 milhões para gerar 8.400 vagas anuais em cursos técnicos e superiores. São 6,7 mil vagas em cursos técnicos integrados ao ensino médio e 1,7 mil em cursos superiores. O anúncio, para o Brasil, foi R$ 3,9 bilhão para a construção de 100 novos campi.

O senador Humberto Costa (PT) afirmou que os investimentos estão sendo destinados, em sua maioria, para municípios do interior do Brasil. “Estamos mudando a geografia brasileira por meio da educação, valorizando a potencialidade das cidades interioranas e qualificando capital humano para se fixar nelas e desenvolvê-las”, diz Costa.

O petista mostra otimismo. “É um cenário animador, um ambiente de mudanças profundas por meio da educação”, diz ele, pontuando que a formação é uma conquista pessoal, mas com reflexos na sociedade. Costa afirma que até 2026 o Brasil terá 18 novas universidades e 173 novos campi. “Nós criamos, só nos governos do PT, mais universidades e institutos federais do que em 500 anos de Brasil”, destaca.

Greves continuam

No anúncio dos investimentos do PAC das Universidades, Lula discursou pelo fim da greve dos servidores técnicos e professores. A greve completa dois meses neste 15 de junho. O Governo Federal tem oferecido ganhos salariais para 2025 (9%) e 2026 (5%), mas os profissionais não abrem mão de um aumento de 7% ainda em 2024.

Edição: Helena Dias