Pernambuco

COMIDA DE SANTO

Sítio da Trindade recebe evento de gastronomia afro-brasileira nesta terça

A partir das 18h haverá mais de 6 mil itens de Comidas de Santo para degustação gratuita, na zona norte do Recife

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Serão 10 expositores com milhares de itens alimentares de Comidas de Santo - Marcos Pastich / Prefeitura do Recife

Nesta terça-feira (18) o polo principal do São João do Recife, o Sítio da Trindade, em Casa Amarela, não terá forró. A noite é dedicada à 16ª edição da Exposição Culinária Afro-brasileira, que tem início às 18h e segue até as 23h, colocando à disposição da população, gratuitamente, mais de 6 mil itens alimentares tradicionais dos terreiros de candomblé e umbanda de toda a região metropolitana do Recife.

Uma oportunidade para degustar, aprender e conhecer novos sabores pelas mãos das mestras e mestres da culinária ancestral. Segundo explica a pesquisadora Carmem Lélis, as receitas são conhecidas como “comidas de Axé e quem as cozinha é a Yabasse”. Além dos 10 expositores, o evento terá rezas, cânticos e danças. A noite gastronômica deste ano é coordenada a sacerdotisa e Mãe Elza de Yemojá. Os rituais litúrgicos serão coordenados pelo terreiro Ilé Àse Egbé Awo, do bairro de Salgadinho, Olinda.

História

O dia 24 de junho, hoje celebrado no calendário cristão como Dia de São João, já era um dia de comemorações muito antes de São João Batista. Isso porque é entre os dias 20 e 24 de junho que acontece um solstício, evento que marca a chegada do inverno no hemisfério sul (a noite mais longa do ano para nós) e do verão no hemisfério norte (a noite mais curta). Os rituais pagãos do hemisfério norte remetiam ao fogo, com fogueiras celebrando o Sol.

Já as populações negras sequestradas para o Brasil aproveitavam as festividades cristãs para celebrarem seus orixás, mantendo as tradições vivas. Nesse sincretismo, o 24 de junho é uma data de festas e fogueiras dedicadas a Xangô, orixá da justiça, que tem como elemento o fogo.


Noite gastronômica homenageia o orixá Xangô / Marcos Pastich / Prefeitura do Recife

Edição: Vinícius Sobreira